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Elizabeth

Após quase dois meses morando sozinha com Edgar cheguei a conclusão de que ele é um miserável.

Sim ele é.

Vejam bem o cara não consome açúcar e nem carboidratos, malha todas as manhãs e quando está de mau humor pela tarde e noite, suas roupas são organizadas por etapas: primeiro ordem alfabética , segunda marcas e por fim cores! Exatamente nessa ordem! Ele é chato que  briga pelo pé e pescoço do frango,  assiste desenhos animados para meninas em vez de assistir canais de esporte ele gosta de culinárias, nesse ponto sou totalmente beneficiada e não de reclamo.

Mas porquê ele é um miserável? Simples, ele me obriga a manter uma vida saudável juntamente com ele ! Eu preciso de uma pizza urgente! O macarrão que ele consome e livre de glúten!

O pior de tudo é ficar presa em casa o dia todo sozinha minhas únicas distrações são Bruce e Natasha.

Natasha de alguma forma me vê como alguém inspiradora e está sempre no meu encalço, ela é uma ótima professora de russo inclusive me viro muito bem sozinha graças a ela. Minhas aulas são todas as terças fora as conversas em russo do dia a dia com minha sogra então passo mais tempo sozinha do que acompanhada.

Durante esse tempo Edgar voltou para a empresa e praticamente só o vejo nos fins de semana na casa dos pais dele ou as vezes o vejo chegar durante a noite mas em meio ao meu sono.

Não tivemos mais contatos íntimos e acredito que não teremos nunca mais dessa forma.

- Vamos Bruce você tem que pegar a bolinha.

Insisti com o cachorro que permanecia indiferente as minhas tentativas de brincar com ele.

- Você está sendo muito malcriado dessa forma não vou querer ser sua mamãe.

Falei aborrecida e o cachorro me olhou com deboche. Talvez ele já esteja cansado de mim afinal estamos todas as manhãs no parque brincando com a maldita bolinha.

Me sentei ao lado dele e passei a mão carinhosamente em suas orelhas.

- Eu também estou enjoada de vim todos os dias fazer a mesma coisa. - ele levantou os olhos me dando atenção. - Eu não sei entreter ninguém então me desculpe, sabe Bruce no mês que passei com a família do Edgar acabei acreditando que eles poderiam ser minha família mas…

Eu estava totalmente errada. Isso estranhamente doeu em meu coração, eu não posso ser hipócrita por mais que minha mãe tenha se esforçado para me fazer sentir em uma família era tudo uma ilusão, ela me fez viver em um castelo de areia e quando a onda veio ele desapareceu como se nada nunca tivesse existido.

Eu preciso me colocar no lugar Edgar não me contratou para ter uma família mas para me dar dinheiro e uma  faculdade.

- É isso Bruce! Vou arrumar um emprego e voltar para a faculdade!

Levantei em um pulo , só de me imaginar retornando para minha faculdade me sinto parcialmente feliz!

Coloquei a guia em Bruce e decidi fazer uma visita a empresa do meu futuro marido.

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Achar um táxi que aceitasse um cãozinho de grande porte foi bem complicado mas não tanto quanto passar pela recepcionista do prédio.  Mesmo tendo pedido para dona Tatiana avisar que eu viria.

- Já falei querida o Sr Rakovsky não aceita vistas.

- Mas aquela dona subiu sem ter marcado hora e você nem ligou para pergunta se ela poderia ir vê ele! E outra minha sogra me garantiu que deixou avisado que eu viria !

Bruto - Fora Da Curva Onde histórias criam vida. Descubra agora