O Dr. Anderson terminou de fazer a Satoru sua habitual rodada de perguntas, depois olhou para mim e franziu a testa.
— Você precisa cuidar de si mesmo também. — disse ele. — Não está dormindo?
Eu balancei minha cabeça, mas abri um sorriso falso na frente de Satoru.
— Estou bem.
Ele suspirou, porque obviamente essa era uma conversa que ele tinha com os entes queridos de seus pacientes o tempo todo, mas sua expressão era gentil.
— Preciso lembrá-lo que você não pode cuidar dele se não cuidar de si mesmo?
— Não, eu entendo, obrigado.
Ele me deu um tapinha no ombro no momento em que dois outros médicos chegaram.
— Ok, Satoru. — disse o fisioterapeuta. — Vamos te levantar e te colocar em pé hoje.
Satoru estava fazendo exercícios em sua cama, flexão de pernas, esse tipo de coisa. Mas eles precisavam esperar por causa da cabeça dele. Vertigem e queda ou fortes dores de cabeça e náusea eram problemas sérios com lesões cerebrais. Mas eles achavam que ele estava pronto, então…
Satoru olhou para mim e engoliu em seco.
— Não sei.
O fisioterapeuta não se intimidou. Ele explicou o que faria em uma voz neutra que não dava margem para discussões; como ele ficaria em pé sobre o pé esquerdo por três segundos e eles sustentariam o peso dele. Primeiro, eles o sentaram e deixaram a cabeça dele acompanhar o movimento; depois, eles gentilmente baixaram os pés dele para o chão e o deixaram ficar assim por alguns minutos.
Ele já estava pálido, mas continuou me procurando, o que me deixou mais feliz do que deveria. Eu dei a ele um aceno encorajador a cada vez. Porque se ele conseguisse fazer isso, estaríamos um passo mais perto de ir para casa.
Um pequeno passo.
— Ok, Satoru, no três.
— Um.
Ele olhou para mim, assustado, mas determinado.
— Dois.
Ele respirou fundo.
— Três.
Eles o levantaram e ele ficou em pé sobre o pé esquerdo por um segundo, dois segundos, mas então sua cabeça caiu para a frente e eu avancei para ele como se fosse pegá-lo. Mas ele estava bem apoiado e eles o colocaram de volta na cama. Ele estava branco como um lençol agora, com suor brotando na testa e respirando pesadamente.
— Você se saiu muito bem, Satoru — disse o médico. O neurologista e o fisioterapeuta cuidaram dele um pouco e pediram as enfermeiras que o deixassem confortável novamente. Eu pensei que ele fosse vomitar, mas não vomitou.
Logo, éramos apenas eu e ele. Ele estava com os olhos fechados, embora tivesse um pouco mais de cor. Uma lágrima desceu até sua têmpora.
— Você foi muito bem. — eu sussurrei.
— Cabeça dói. — ele suspirou.
Ele parecia tão desamparado, tão frágil, que não consegui me conter. Eu tinha que confortá-lo de alguma forma e deixá-lo saber que ele não estava sozinho. Peguei a mão dele nas minhas.
— Você vai ficar bem, Satoru. Você não está sozinho. Tudo vai ficar bem.
Outra lágrima escapou, mas ele apertou meus dedos e não soltou até que o sono relaxou seu aperto.
***
Algo mudou em Satoru quando ele acordou. Ele estava diferente comigo.
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Pieces of Us | Satosugu
FanfictionGeto Suguru tem tudo o que nunca esperava ter, ele é dono de uma oficina mecânica de motos de sucesso e está apaixonado por Gojo Satoru, que é seu namorado há quatro anos. Satoru sempre lutou para descobrir onde se encaixava, nunca percebendo seu ve...