17 ‧ Suguru

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suguru você é policial? então porque você tá armado?

pra depois não dizerem que não avisei: quase 7k de palavras eeeee vocês não fazem ideia do que espera por vocês nesse ranhanhai

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A aventura matinal tinha cobrado seu preço, e assim que o levei para cima, ele foi até o sofá, colocou os pés na poltrona e caiu no sono. Puxei o cobertor sobre ele e liguei a TV, mantendo o volume baixo para ruído de fundo enquanto eu fazia algumas tarefas domésticas.

Mais tarde, joguei um monte de carne e vegetais na panela elétrica, esperando conseguir fazer algum tipo de ensopado irlandês, e quando passei pelo sofá, Satoru estava acordado.

Ele estava semicerrando os olhos e franzindo a testa.

— Ei — eu sussurrei. — Você está se sentindo bem?

Ele parou por um longo momento, depois sacudiu levemente a cabeça.

— Dor de cabeça.

Peguei algumas pílulas e um copo de água para ele e fechei as persianas. Encontrei o controle remoto da TV e entrei nas configurações e reduzi o brilho.

— Melhorou?

Ele recostou-se no sofá e fechou os olhos.

— Hum.

Squish reconheceu o bat-sinal de Satoru e correu para se aconchegar com ele. Dei um afago em Squish em agradecimento e dei um beijo na testa de Satoru.

— Se precisar de alguma coisa, é só pedir — eu sussurrei.

Limpei o banheiro, troquei os lençóis e arrumei a cama, tentando ser o mais silencioso possível. Cerca de uma hora depois, ele estava de olhos abertos, mas olhava distraidamente para a TV. Me sentei ao lado dele e assisti à tela por um tempo. Diminuir o brilho fez muita diferença e era menos cansativo de se olhar.

— Como você está se sentindo?

— Estou bem — disse ele devagar.

Sua mão estava entre nós, então eu tracei padrões em sua palma com o dedo.

— Posso pegar alguma coisa para você?

Ele piscou.

— Não. — depois de um longo tempo, ele acrescentou: — Só fique sentado comigo.

Sua fala estava um pouco mais lenta do que nos últimos dias, e me lembrei de que sua recuperação era dois passos à frente, um passo atrás. Assim como a doutora Ieiri havia dito que seria.

— Vou me sentar com você a qualquer hora. — eu sussurrei, e seus dedos se curvaram nos meus.

— A dor de cabeça estava forte — ele murmurou.

— Mas está tudo bem agora?

Ele deu um pequeno aceno de cabeça.

— Melhor.

Melhor, mas ainda persistia, obviamente. E mesmo que a dor tivesse diminuído, os efeitos residuais não diminuíram. A névoa em sua mente permaneceu.

Squish se espreguiçou e Satoru esfregou sua barriga com a outra mão, antes de olhar para mim e sorrir.

— Eu gosto disso.

— Disso o quê? Estar aconchegado no sofá com o gato?

Ele piscou lentamente outra vez e sorriu para mim.

— Sim. Com meu namorado. Eu não esqueci disso.

Eu sorri, depois me inclinei e o beijei.

— Eu também não esqueci.

Pieces of Us | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora