10 ‧ Satoru

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leiam a tradução da música e depois o capítulo (ou façam o inverso, vcs q sabem), e entendam porque eu disse que é muito o Satoru pensando sobre o Suguru

fora que hellooo, Suguru com asas tatuadas no peito??? ele um anjo fofo carinhoso cuidadoso??? troye escreveu total essa pra eles

foi feita att dupla então chequem se leram o 9 antes de avançar na leitura

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Finalmente algo fez sentido.

Finalmente.

Quando acordei naquele hospital, tudo doía. Cada parte de mim. Mesmo com os medicamentos, meu cérebro ainda captava a dor. Estava abafada e fervendo, mas pulsava sob a superfície. Uma dor como você nem imagina.

Minha perna, meu braço, meu peito, mas minha cabeça... nossa.

A dor na minha cabeça. Era desconcertante.

Não me lembro dos primeiros dias. Tudo passou em um borrão de dor excruciante e náusea, tontura, vertigem, máquinas apitando e o zumbido frio e metálico dos medicamentos.

As coisas voltaram para mim em fluxos e refluxos. Os médicos, as enfermeiras, aquele aperto forte e quente na minha mão que me mantinha preso à realidade.

Eu sabia quem eu era. Meu nome era Gojo Satoru, nasci em Newcastle, Nova Gales do Sul, mas agora morava em Darwin, Território do Norte. Eu tinha 25 anos.

Só que não tinha. Pelo visto.

No começo, pensei que estivessem brincando. Até que os médicos ficaram sérios e começaram a fazer mais exames e me trouxeram jornais que mostravam a data cinco anos no futuro, o que era um truque bem legal.

Só que não era. Aparentemente.

E o tempo todo, havia aquele cara que eu via constantemente. Ele era lindo pra caralho, com os cabelos escuros presos em um coque desarrumado. Ele tinha olheiras sob os olhos ametistas, e havia uma desolação neles que me dizia que tudo isso era real.

Eu tinha trinta anos agora, aparentemente.

Eu tinha voltado para Newcastle quase cinco anos atrás e trabalhava como mecânico. Isso fazia sentido porque eu era mecânico, e não estava me divertindo muito em Darwin, então não era tão difícil de acreditar.

Mas como diabos eu tinha trinta anos?

Como cinco anos simplesmente desapareceram?

Parecia que alguém tinha escrito minha vida em um quadro branco e depois apagado os últimos cinco anos. Eu não tinha nenhuma lembrança. Zero conhecimento, zero conexão.

E essa foi a parte mais difícil. A desconexão emocional. Eu não tinha apegos emocionais a nada ou a ninguém que fizesse parte da minha vida nos últimos cinco anos. Eu não conseguia me lembrar deles, como se nunca tivessem existido. Como eu poderia sentir algo por alguém que nunca existiu?

Os médicos me disseram que aquele estranho bonito era meu namorado, o que pode ter sido a parte mais louca de todo aquele pesadelo, porque como diabos alguém como eu conseguiu conquistar alguém como ele? Mas não só ele era meu namorado, como era o homem com quem eu morava. Ah, e ele é meu chefe também.

Eu não o conhecia, não sabia nada sobre ele, mas eu podia ver o quanto ele estava triste e o quanto ele ficava esperançoso, ou a pitada de luz em seus olhos antes que desaparecesse quando a realidade surgia.

Não, eu não o conhecia.

Mas eu gostava dele e confiava nele. Eu não conseguia explicar o porquê, apenas confiava.

Pieces of Us | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora