beijos olímpicos

Capítulo 6

Baz não estava lá quando Simon acordou, já tinha saído para sua corrida matinal, mas não antes de deixar seu perfume impregnado no quarto. Snow sorriu, sonolento, abraçando o travesseiro por um tempo antes de levantar para também começar seu dia.

Tinha academia logo depois do café e treino até a hora do almoço. À tarde, após um bom banho, ele se encaminhou para um dos lugares mais chiques em que pisaria, provavelmente na sua vida toda: o Palácio de Versalhes. E só estava lá porque era onde Agatha competia — e porque não precisava pagar pelos ingressos.

Penélope já o esperava, e com a cara emburrada.

— O que aconteceu?

— Tem alguma coisa errada comigo?

— Como assim? — ela parecia bem.

— Minha roupa tá manchada? Meu batom tá borrado? Um pombo cagou na minha cabeça? — cabelo arrumado, roupas típicas de Penélope (saia, camiseta e meias daquelas que vão até o meio das coxas), um batom da cor dos cabelos. Tudo em ordem.

— Não, ué.

— Hm. Aquele atleta dos Estados Unidos não para de me olhar desde que cheguei — Simon procura em volta.

— Qual deles?

— Alto, óculos, jaqueta jeans... ele é do atletismo. Eu não lembro o nome dele.

— Aah, sei. Tô vendo. Ops. Agora ele tá me vendo — Snow acenou simpático, porque o cara fez isso primeiro.

— Porra, Simon! Não, não, não. Parabéns, ele tá vindo pra cá!

— A culpa não é minha! Ele já tava olhando pra você! Olá!

— Oi, oi! Simon Snow, como vai? — Simon apertou a mão que ele estendeu. Sabia quem ele era, mas nunca tinha o visto de perto. — Meu nome é Shepard. E você é a...? — ele se virou para Penélope com um sorriso enorme, a mão agora estendida para ela, que apenas olhou e ignorou.

— Bunce — falou, ainda desconfiada.

— Bunce — o rapaz repetiu. — Gostei do seu cabelo.

— Legal. Se não se importa, nós vamos pra lá — ela puxou o braço de Simon e contornou Shepard.

— Meu assento é daquele lado também — disse, os acompanhando. — É a primeira vez de vocês na França?

— Aham! Não somos muito de viajar — respondeu Snow, no que Penélope lhe deu uma cotovelada nas costelas. Ele olhou pra ela sem entender, fazendo-a rolar os olhos.

— Sério? Eu amo viajar, não consigo ficar parado. Mas nunca estive na Inglaterra, acredita? Vocês já foram pra América, né?

— Também não — ele respondeu, ao mesmo tempo que Penny disse "qual delas?".

— Vocês precisam ir! Sério. Não é porque sou de lá, nem nada, mas é bem legal, sabe?

— Shep! Ei, Shep! — alguém o chamava na arquibancada. Shepard acenou para o cara.

— Aqui — ele sacou uma caneta do bolso. — Vocês tem um papel aí? Ah, eu achei — disse tirando um recibo de algum lugar. Shepard rabiscou algo e estendeu para Penny, ainda sorrindo bastante; ela pegou, mas um tanto arredia. — Pra quando vocês aparecerem por lá. Sou um ótimo guia turístico — ele piscou um dos olhos. — Legal conhecer vocês! Até mais.

— Até! — Simon foi o único a se despedir. — O que ele escreveu aí? Quero ver — Penélope mostrou o papel. — É o número dele?

— Eu sei lá — ela transformou o recibo numa bola e enfiou na bolsa. — Cara maluco.