Capítulo 11

32 4 13
                                    

POV DO BAZ

— Simon... eu realmente queria — disse, entre beijos —, mas a partida de hoje foi pesada... — houve acréscimos, depois prorrogação e, ainda assim, só foi resolvido nos pênaltis. Basil jogou do início ao fim, sem substituição. Snow o encarou por um momento.

— Eu não estava pensando nisso, tá? — Baz sentiu suas bochechas se moverem por conta própria, estava sorrindo; percebeu que estava ficando mais difícil se manter neutro perto dele. — É sério! — Ele apertou o abraço na cintura do outro como se quisesse confirmar seu ponto. — Estou cansado também. Davy me fez treinar em dobro hoje. Às vezes ele dá uma exagerada.

Baz se permitiu acariciar os cabelos da nuca de Simon, sem delicadeza demais. Gostava daquele corte nele; mais curto nas laterais e cachos espessos no topo. Ambos estavam de pé no meio do dormitório desde que Basilton tinha chegado, há alguns minutos. Simon havia se aproximado, o abraçando, com um sorriso enorme, parabenizando-o pela vaga nas quartas de final. O coração de Baz estava quase se desmanchando.

— Ele se acha o melhor.

— Bom, ele meio que é.

Você é o melhor — acabou saindo da sua boca. Não era mentira, afinal. Simon era incrível na esgrima, melhor que Davy Mage jamais foi; e não pensava isso por conta de seus sentimentos, era apenas um fato. O loiro sorriu um pouco, seus olhos transbordando novamente aquele sentimento... — Preciso mesmo deitar.

— Na sua cama hoje?

— O quê?

— Ontem fomos dormir na minha — seus neurônios tardaram a entender o que ele acabara de pronunciar. Quando aconteceu, seu estômago reagiu.

— Simon... eu não sei se é uma boa ideia...

Quero dizer, tudo bem dormir juntos quando nos pegamos, mas fazer isso só por fazer... Tinha como sair ileso? Certamente não. Lembrar disso depois o atormentaria, talvez mais do que tudo que profanaram até ali.

Isso era íntimo de uma forma completamente diferente...

— Por quê? — Encarou aqueles olhos de filhote abandonado na chuva. Como explicar? Como dizer que estava apaixonado sem dizer que estava apaixonado?

— Porque as camas são pequenas — mentiu fajutamente.

— Você ficou desconfortável? — E agora ele estava preocupado. Baz era péssimo. Era o pior de todos. O mais fraco. Sempre perdia para o Snow. Respirou profundamente.

— Simon... você pode repetir?

— Eu perguntei se ficou desconfortável pra você a gente-

— Não. Isso não... — Snow ficava insuportavelmente lindo quando não entendia nada. — Aquilo que você me disse no banheiro. Sobre continuar isso depois... — as pupilas do outro vasculharam aleatoriamente o quarto enquanto ele tentava lembrar.

— Ah! Eu falei que quero continuar o que estamos fazendo depois que voltarmos pra casa. É isso?

Tyrannus fez uma lista mental de coisas que odiava naquele momento. 1) A comida da Vila Olímpica; 2) O clima da França; 3) Seu coração mole. Se não fosse aquele número três, nada disso estaria acontecendo; ele provavelmente teria pego vários caras bonitos na faculdade, talvez até estivesse namorando algum, e não estaria sofrendo mesmo quando tudo aparentava estar fluindo.

— Baz? Eu realmente quero, tá? — Basil sabia. Dava para ver. Dava para sentir. — Se você quiser também...

— Eu quero — sua voz era quase nada. Seus olhos ardiam um pouco. Não, você não vai chorar agora, bicha desgraçada. Ao invés disso, puxou a nuca de Simon e o beijou.

beijos olímpicosOnde histórias criam vida. Descubra agora