Eu abri a porta do carro e pedi que Juliette entrasse:
- Juliette... Vamos?
- Não. Nós não vamos. Vá sozinho.
- Como?
- Eu não sou um objeto e você não é o meu dono.
- Eu nunca te vi assim...
- Volte e diga ao seu pai que tudo terminou, antes mesmo de começar.
- Como?
- Não sou mais sua secretária a partir de hoje. E se quiser demitir o Marcelo, aproveita e me demite também.
Juliette saiu de perto de mim e eu fiquei parado sem reação. Parecia que estava vivendo um déjá-vu. Até que meu pai tocou no meu ombro e me disse:
- Ao menos ela sabe o lugar dela. É importante saber o quê é um momento e o quê é amor Rodolffo e você não é maduro o suficiente para saber o quê é ou outro.
Eu olhei para o meu pai com tanta raiva que poderia matá-lo naquele momento.
- O senhor acabou com a minha vida. - ele me olhou assustado e engoliu no seco. - Mas não vai continuar fazendo isso. Eu tô fora daqui. Acabou pai.
- Rodolffo... Se acalma. Você está transtornado. O quê é isso?
- Estou cansado de tentar ser perfeito. E a Juliette não gosta de mim como eu pensei que gostava. Dane-se o mundo, as boas normas, o senhor também vá a merda.
- Rodolffo uma rebeldia dessas aos trinta é ridículo.
- É... Aguarda para ver o quê é ridículo.
Com a cabeça cheia e igualmente descontrolado peguei o elevador, indo direto para o andar do RH.
Entrei na sala do Rogério, o responsável geral do departamento e lá estava Juliette.
- Que coincidência... - disse com raiva.
- Bom dia senhor Rodolffo. Alguma solicitação?
- Vim pedir a minha demissão imediata.
- Que brincadeira é essa senhor? Desculpa a pergunta mas...
- Eu não venho mais aqui. Acabou para mim.
- Não faça isso. Eu vou sair. É isso que faço aqui. - Juliette disse me encarando.
- Não vai sair. Eu vou. Preciso disso a muito tempo. E agora mais que nunca.
- Senhor Rodolffo... Acho que precisa se acalmar um pouco... - Rogério disse um pouco apreensivo.
- O quê que a gente faz quando algo que a gente quer muito simplesmente termina antes de começar?
Vi Juliette fechar os olhos e Rogério me olhou confuso.
- Eu respondo Rogério. Vamos embora e em casa choramos na nossa cama que é lugar quente. A partir de hoje eu não venho mais aqui.
Sai da sala, mas ainda ouvi Rogério dizer a Juliette:
- Ele está muito louco hoje.
...
Ainda nas dependências da empresa busquei Marcelo e quando ele me viu se assustou:
- O quê o senhor faz aqui?
- Eu vim te dizer que não será mais demitido. E te pedir que cuide bem dela.
- Dela?
- Da Juliette.
Marcos arregalou os olhos.
- Ela é especial e única. O quê prometer para ela, você vai cumprir. Se não for assim, você irá se arrepender.
- Faça o senhor isso por que claramente é a pessoa que ela diz ter. Juliette nunca me deu esperanças, nem a mínima. Agora se me der licença.
Sai dali mais perdido que nunca. Peguei o elevador e voltei a garagem, quando me aproximei do meu carro, Juliette estava junto dele.
- Está mais calmo? - não respondi. - Vamos conversar com calma e sem fazer ou falar coisas precipitadas?
- Juliette é melhor não...
- O nosso dia está uma verdadeira loucura e eu não quero que continue assim.
Eu fiquei olhando para ela e era evidente que seu olhar era de expectativa.
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os sonhos do coração
FanficQue sonho te move? O quê está disposto a fazer por ele? Desafios são necessários para chegar onde se quer.