Um passado e um presente

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Juliette ergueu a cabeça para me olhar e eu senti que ela queria me falar alguma coisa, já que em seguida sentou-se na cama, coberta apenas com o lençol.

- Não precisa ter medo de me falar o quê tiver vontade... Sejamos claros um com o outro. - disse me sentando também.

- Por que estava naquele lugar naquela noite?

- Não sou um homem muito sociável e acredito que você já sabe disso. Ando sozinho e me acostumei com isso...

- Andar sozinho é diferente de ir a um prostíbulo. Eu fui ali no desespero profundo. Minha mãe tinha câncer e precisava de dinheiro e ninguém tinha uma quantia suficiente para ajudá-la. Até hoje eu sinto que foi a pior atitude que fiz na minha vida e me sinto suja só de ter estado ali naquela arena de horrores.

Fiquei pensativo, mas resolvi ser sincero.

- Eu fui ali fazer o quê sempre fiz. Pagar para ter prazer. Sempre foi cômodo para mim e a busca para preencher o meu vazio acabava me levando a lugares mais vazios ainda.

Juliette se retraiu e se afastou um pouco de mim.

- Então isso aqui não foi bom para você.

- Bom ainda é pouco para definir o quê fizemos aqui. Foi maravilhoso, mas eu tive medo.

- Medo de quê?

- De não ser bom para você. De te fazer sofrer.

- Não me fez sofrer, mas eu sei que a vida lá fora vai nos esmagar. - ela disse com a voz embargada.

- Juliette não fale assim... Estávamos tão bem e felizes. Por que parece estar triste agora?

- É tão bom estar com você e sentir que isso tudo é recíproco, mas no dia que o seu pai descobrir o nosso envolvimento... - eu a interrompi.

- Envolvimento não. Você é minha namorada e por mim eu te apresento publicamente agora. Juliette eu não sou um moleque. Sou um homem feito e tenho responsabilidade sobre os meus atos. Não vou te deixar e eu espero que você não me deixe também.

- E o seu pai?

- É o meu pai e eu o amo, mas ele não tem nada a ver com as minhas escolhas.

- Eu sou pobre... - ela disse baixando a cabeça e então segurei seu queixo fazendo ela me encarar.

- Eu só tenho dinheiro, mas no mais tenho uma pobreza extrema. Quero ter um relacionamento sério e estável.  Ter alguém para dividir a vida. E para mim você é a mulher ideal. - lhe dei um selinho e voltei a falar olhando nos seus olhos. - Eu quero que filhos seus me chamem de papai.

Juliette fez um carinho no meu rosto.

- Você quer ter filhos?

- Quero, mas se não for uma vontade sua...

- Eu também quero que filhos teus me chamem de mamãe.

Sorrimos um para o outro e a puxei para um abraço apertado.

- Não tema a nada. Eu te cuido e te protejo. Confia em mim?

- Claro que eu confio. Não estaria aqui se não confiasse. Rodolffo eu tenho amor por você. Pelo homem incrível que sempre se mostrou para mim e por toda a sua nobreza que não vem do seu dinheiro, mas do seu coração.

Aquelas palavras me emocionaram e eu lhe apertei um pouco mais.

- Vou tentar me manter nesse padrão e ser merecedor do seu amor. Eu juro! Minha linda, te amo.

...

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