- Pai por que está falando assim com o Rodolffo?
- Foi na casa deste homem que você dormiu? Eu nunca engoli que era na casa de uma amiga. Mentiu para mim Juliette?
Senti que o ambiente tenso demais e comecei a falar:
- Senhor Amadeu eu gosto da sua filha e ela também gosta de mim.
- Para vir até aqui não duvido, mas não faço gosto.
- Meu amor me deixa a sós com seu pai.
Juliette saiu e eu fiquei sozinho com o homem.
- Senhor Amadeu por que não faz gosto? Se a sua filha gosta de mim.
- Desde quando conhece a minha filha? Foste tu que deu aquele dinheiro a ela quando no auge dos 19 anos ela ganhou na loteria?
- Não sei do que o senhor está falando... - obviamente nunca diria o segredo de Juliette.
- Não importa. O quê quero lhe dizer é que não gosto da sua gente. Há uns trinta anos atrás eu tinha uma irmã e ela trabalhava de doméstica na casa do seu avô e tenho suspeitas reais que foi o seu avô ou seu pai que fez algo contra a minha irmã e ela perdeu a vida.
- Como assim?
- Minha irmã chamava-se Madalena e ela era uma moça muito virtuosa. Vivia de trabalhar nas casas por que os meus pais eram humildes demais. Mas um dia fomos avisados que ela estava num hospital para morrer.
- Nossa... E qual foi a causa da morte?
- Hemorragia. Os médicos fizeram muito mistério em torno da morte dela e não queriam que a família visse o corpo, mas a minha mãe ainda conseguiu ver.
- Mas tinha marcas de violência?
- Mamãe tinha a certeza que minha irmã deu a luz a um filho. Sua barriga não estava como antes e os seios tinham leite. Foi uma dor terrível para a minha mãe. Principalmente por que nunca tivemos respostas do que aconteceu.
- Mas como ela engravidou e vocês não souberam? Isso não faz sentido.
- Ela não vinha nos vê por que não tinha tempo e ninguém podia ir na mansão. Se Madalena engravidou foi por que fizeram algo contra ela. Minha irmã era pura e não tinha tempo para namorar ou conhecer alguém de fora.
- O senhor quer dizer que pode ter sido o meu avô ou o meu pai que abusou da sua irmã?
- Eu tenho certeza. Mas da vez que procurei o seu pai, aquele infeliz, ele me jurou de morte e disse que não conhecia nenhuma Madalena.
- Não conhecia? - perguntei incrédulo.
- Podridão da sua família. O seu pai não presta e não quero que a minha filha sofra na sua mão. Não importa se vocês dormiram juntos, eu quero que não procure mais a minha Juliette.
- Eu vim aqui para pedir a mão da Juliette em casamento. Amo a sua filha.
- Que idade tem? Vejo que é mais velho que a minha filha.
- Tenho 30 anos recém completos.
- Mas vejo que já é viúvo.
- Não... Eu não sou um viúvo. Senhor Amadeu eu juro que não vou fazer nada contra a sua filha. Só vou amar e dá o melhor para ela.
- Por acaso ela está grávida?
- Não. Isso não.
- Então vai embora da minha casa.
- Eu não tenho culpa do passado. Não pode me crucificar por algo que não fiz.
- Meu pai, o senhor vai me perdoar. - Juliette surgiu perto de mim. - Mas eu não vou terminar com o Rodolffo por algo que ele não fez.
- Juliette você não sabe onde está se metendo. Se você não quiser ter o mesmo destino da sua tia, acabe com isso agora.
- Não volto para dormir. Vou ficar com o meu noivo essa noite. - Juliette comunicou.
Amadeu baixou o olhar, mas antes de sair lhe disse:
- Vou descobrir o quê aconteceu com Madalena e disso o senhor não tenha dúvidas.
Segurei a mão de Juliette e seguimos juntos até o meu carro.
...
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Os sonhos do coração
FanfictionQue sonho te move? O quê está disposto a fazer por ele? Desafios são necessários para chegar onde se quer.