O princípio de uma descoberta

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No dia seguinte Rodolffo e Juliette não foram a empresa, mas sim a casa da família de Juliette e seu Amadeu lhe deu algumas coisas que tinha da irmã.

- As coisas da Madalena estavam numa casa simples e só soubemos disso por que ela foi socorrida por uma vizinha, mas a mulher simplesmente evaporou.

- Evaporou? Mas vocês tiveram acesso a casa?

- Nada. Mamãe tentou, mas o dono não autorizou e os demais vizinhos afirmaram não conhecer a minha irmã. Foram comprados, eu tenho certeza.

- Isso é um absurdo.

- Se minha irmã teve um filho, devem ter matado o bebê.

Rodolffo sentiu uma angústia só de ouvir isso.

- Pai não diga essas coisas.

- Minha filha, sua tia não merecia o quê passou. Sempre foi uma mulher direita e honesta. Era tão jovem e bonita, até acho que você tem algum traço dela. Ela entrou na casa do seu avô aos 17 anos. Estava na flor da vida.

- Realmente estava, mas eu juro para o senhor que vou descobrir a verdade. Eu quero essa verdade tanto quanto toda a sua família.

- Isso pode te indispor com seu pai.

- Já estamos indispostos e já cogito me tornar independente do meu pai. Eu tenho muito conhecimento e sei que posso me virar sozinho.

Juliette apoiava os planos de Rodolffo e no coração dele só havia a vontade de um recomeço. Quem sabe ter sua própria empresa e buscar novos cenários.

- O senhor permite que Juliette venha morar comigo?

- Eu não posso impedir e nem quero fazer isso. Se já dormem juntos o melhor é que vivam como marido e mulher. Seja o quê Deus quiser. Meu filho e minha nora sempre estão aqui, então não me sinto sozinho.

- Se for uma vontade sua ficar perto da sua filha, a nossa casa também é a sua.

- Por hora não.

- Pai... - Juliette disse segurando a mão de Amadeu. - Vamos dá entrada no casamento civil.

- Que Deus te abençoe e te faça bem feliz minha filha. Mas acho que poderia me dizer a verdade agora.

Juliette olhou um pouco assustada para o pai.

- Eu sei que namorou aquele maricas, mas aquele namoro nunca me convenceu. Falem para mim que já se conhecem a mais tempo e que foi você quem deu o dinheiro da loteria que Juliette ganhou.

Rodolffo deu um sorriso e Juliette lhe fuminou com os olhos.

- Por que namoravam escondido? Era por causa do teu pai?

- Pai... Por favor.

- Seu Amadeu eu conheci a sua filha em um dia que vagava sem rumo. Juliette trouxe para o meu coração a humanidade que eu pensava que não existia mais em mim. Ela me fez despertar para um novo mundo. E mesmo que nós não tenhamos namorado naquela época, sou bastante grato a vida por tê-la conhecido e podido lhe ajudar num momento tão difícil.

Juliette olhava chocada para Rodolffo.

- É. Nós sofremos muito. Obrigado por ter conhecido a minha filha naquela rodoviária e pelo seu generoso coração.

Amadeu ficou satisfeito. Juliette de alguma forma sentiu-se aliviada e Rodolffo estava plenamente consciente de que sua vida teria um novo rumo.

Juntos retornaram para casa.

- Eu não sabia da rodoviária...

- Eu trabalhava numa lanchonete, vendia lanches, café, suco e outras coisas, mas precisei sair de lá para cuidar da minha mãe. Descobri aquela boate pela internet. E me certifiquei que ninguém do meu ciclo frequentava aquele lugar. Aquela maquiagem pesada também me deixou diferente e esse era o meu objetivo.

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