Um outro homem

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No início da manhã seguinte, Juliette e Rodolffo foram até a casa de Amadeu. Chegando ali contaram tudo que foi sabido.

A história toda entristeceu muito Amadeu e Juliette o abraçou.

- Como você se sente depois de saber disso?

- Estou péssimo, mas eu quero saber se o senhor me aceita como sobrinho e genro?

Amadeu olhou para Juliette e Rodolffo, fez um carinho no rosto da filha, dizendo:

- Se continuar cuidando dela, te acolho como meu filho.

Rodolffo e Amadeu se abraçaram. Logo depois o pai de Juliette buscou uma caixinha com coisas da irmã, que sua mãe guardava.

- Minha mãe sempre sentiu saudades da sua mãe. Madalena era uma pessoa muito boa e igualmente inocente, me perdoe pelo que vou dizer, mas seu pai não estava a altura da minha irmã. - ele fez uma pausa. - E tomara que ele tenha tido ela de livre e espontânea vontade, por que é muito difícil ver esse sentimento todo vindo dele.

- Infelizmente nunca saberemos a versão da minha mãe. Isso é o quê me dói mais. Eu queria acreditar que ele não mente.

Amadeu tentou confortar Rodolffo, recordando momentos do passado e da infância entre irmãos. Tudo que pudesse lhe dizer coisas da sua mãe lhe importava.

...

Apenas ao fim da tarde Rodolffo e Juliette voltaram para casa e ali estava uma mala junto a porta.

- Não toca Juliette. Eu vou ver o quê é isso.

Rodolffo afastou Juliette e depois abriu a mala. Nela tinham muitas coisas, mas nenhuma artefato explosivo.

Juliette aproximou-se e viu que ali tinha muitas coisas sobre o passado de Rodolffo.

- É o meu pai e a minha mãe. - Rodolffo disse ao ver uma foto do casal abraçado.

- Ela parecia apaixonada... - Juliette disse antes de ver a próxima foto.

Rodolffo segurou uma outra que eles trocavam carinho e sorriam. Nela dava para ver uma barriguinha em Madalena.

- Era você amor... - Juliette disse alisando as costas de Rodolffo.

Ele ficou triste e com a foto na mão entrou em casa. No quarto, Juliette e ele viram muito mais e encontraram um diário.

Mesmo com as folhas amareladas pelo tempo, dava para ler o escrito e Rodolffo buscou passagens com o nome do pai. E nem foi difícil de achar.

"O Oscar é lindo e muito gentil."

"Hoje o Oscar me elogiou e eu senti muita vergonha."

"Foi no meu quarto o nosso primeiro beijo. Ninguém viu, mas eu senti as pernas tremerem."

"Além de entregar o meu coração, entreguei o meu corpo para o Oscar. Estou realmente perdida."

Rodolffo fechou o diário e também os olhos.

- Não sei o quê você leu, mas foi uma leitura superficial, são trechos. O ideal é que leia com paciência amor.

- Não vou conseguir ler. Ela realmente amava o meu pai e ele não conseguiu protegê-la. Isso é muito injusto.

- Mas isso prova que você foi feito num momento de amor entre os seus pais. Fica tranquilo.

Juliette tirou todas as coisas de cima da cama e deitou do lado de Rodolffo.

- Vamos esquecer as coisas tristes um pouco? - ela propôs e o beijou.

Rodolffo não se negaria a amar a sua mulher e as preliminares os levaram até o banheiro, onde fizeram amor com muita espuma e desejo.

Depois ele ajudou Juliette a secar o cabelo.

- Foi diferente...

- Mas foi bom ou não?

- Foi bom, mas estou pensando besteira.

Rodolffo desligou o secador e sentou do seu lado.

- Que tipo de besteira?

- Você gosta de fazer amor dentro do box do banheiro?

- Eu achei que você também gostou.

- Gostei, mas me senti muito devassa.

Rodolffo deu um sorriso.

- Eu te quero devassa, mas só para mim. Você não entende o quê estou sentindo quando estamos nos amando. Nunca senti um prazer tão fascinante quanto esse, é como se meu corpo se enchesse de energia e depois relaxasse de forma intensa.

- Rodolffo, mas... - ele lhe deu um beijo na sua mão.

- Ainda vamos descobrir muita coisa juntos.

- Mas eu não quero ser parecida com as mulheres do seu passado.

- Já não sei quem são ou onde vivem e quero que as esqueça também. Nenhum mal poderá nos atingir de agora em diante.

Ele lhe deu um selinho demorado.

...

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