capítulo sessenta e sete

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"Quando estamos cara a cara
Sei que qualquer um repara 
esse sentimento entre a gente
Para, isso aqui é coisa rara,
Quanto mais o tempo passa,
mais você prova que é diferente”

— AFRODITE, DELACRUZ FEAT IZA

Sofia

Sinto a respiração calma na minha nuca, e o fato do Bryan cobrir todo o meu corpo com uma facilidade anormal, me faz entender a nossa diferença de tamanho. Todo o corpo dele cobre o meu, não sei se é uma tentativa de fazer o meu frio diminuir, ou se ele só quer alguma proximidade. Mas, apesar do frio, eu me sinto segura e confortável com ele assim tão próximo do jeito que eu gosto. Respiro fundo, pensando no post de fofoca que eu li hoje, soltando uma risadinha antes de sentir a sua mão grande, áspera e muito gelada na minha cintura, apertando a pele sem o menor pudor. Engulo em seco, fingindo que nada disso mexeu comigo. Só se passou uns vinte minutos desde que eu tentei transar com ele aqui e fui negada na maior cara de pau.

Insensível do caralho.

Sofia: Você sabia que tiraram foto nossa na sorveteria naquele dia? - Pergunto baixo, me ajeitando melhor entre as suas pernas para o olhar diretamente. Bryan olha nos meus olhos por longos segundos, antes que desçam até a minha boca e eu reviro os olhos, segurando o seu rosto com as mãos dos dois lados, ao menos tento fazer ele olhar nos meus olhos.- Mantenha o foco, Bryan Gabriel. A gente tava se beijando e tal, coisa de ficantes assumidos e os fofoqueiros tiraram foto nossa lá. Você sabia?

Talibã: Eu não tô nem aí, Sofia - Ele fala baixo, dando de ombros e não esboçando expressão nenhuma sobre essa situação. Não preciso olhar pra ele pra saber que o Bryan não se importa, ou não se importou, mas mesmo olhando, eu ainda fico incrédula com essa ousadia dele.- Mas eu deveria? 

Quando ele estiver se importando com alguma coisa, o mundo vai explodir.

Sofia: Sim - Ele arqueia a sobrancelha e eu sorrio docemente pra ele, batendo os cílios como se eu fosse um ser tão inocente que não comete impureza nenhuma.- Acabaram com os meus esquemas e vão achar que eu sou sua mulher, agora homem nenhum vai querer ficar comigo. Com todo respeito, eu gosto de trocar uns beijinhos.

Não tô mentindo e nem brincando, realmente isso vai acontecer e eu, Sofia Alencar Linda da Silva, vou entrar em um celibato forçado e é certo virar uma assassina sem dar um beijo ou a perseguida, que se não fosse pelo Bryan aqui, certamente eu viraria virgem de novo. É, não tão virgem assim. Acontece que a grande parte das pessoas daquele morro tem medo do Bryan, e com esse negócio de que viram ele pela primeira vez comigo por lá e que é a primeira vez que vêem o Bryan com alguma mulher do lado, com certeza vai repercutir. 

Talibã: Fico até mais suave, então.- Abro a boca em total choque, observando o rosto dele em uma expressão que não consigo identificar. Dou um belisco no braço dele que me rodeia, revirando os olhos e desviando o olhar dele. Vagabundo. Mas eu que não vou falar isso em voz alta, se eu quisesse morrer, me jogaria dessa laje. Ele beija meu pescoço, e eu respiro fundo com a tentação purinha do satanás. Me encolho, negando.- Tenho culpa de nada, não fui eu quem postei essa merda. Vai bater cabeça sozinha e sem necessidade.

Sofia: Manda tirar - Murmuro. Ele espalma a mão na minha barriga, puxando o meu corpo pra mais perto do seu, o que eu achava que era impossível, já que estamos perto mais que o suficiente pra sentir a respiração um do outro. Mas ele não se contenta, então, com a mesma mão que tá na minha barriga, ele leva até o meu piercing, mexendo na jóia em um ato distraído e fofo.- Anda.

Talibã: Pra que? - Sinto a sua respiração bater na minha pele, arrepiando tudo. Engulo em seco quando sua boca se aproxima e fica bem pertinho da minha orelha, fodendo com a minha cabecinha quando morde levemente o lóbulo, deslizando a mão até a minha coxa de um jeito nada inocente. Puxo o ar, fechando os olhos ao sentir sua respiração raspar na minha pele. É, Eva, agora te entendo. Frutos diferentes, mas a tentação é a mesma. Me mexo com a pura impaciência dentro de mim, fingindo que não tô gostando, mas por me mexer, sinto o atrito do pau duro do Bryan com o meu short e a minha buceta. Ele solta um grunhido baixo e rouco, quase inaudível, mas eu escuto. E essa com toda certeza foi a coisa mais erótica que já escutei na minha vida.- Fica parada se não quer que eu te foda aqui mesmo, Sofia.

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