Sofia
Sofia: Mas eu quero dormir!
Eu e o Bryan ficamos na laje vendo o pôr do sol juntos e vamos fingir que era porque ele queria mesmo. Eu estava sentada entre as pernas dele, enquanto ele apoiava a cabeça na minha. Tudo bem que eu tive que implorar a ele por isso, essa parte vamos excluir. Mas depois que falamos sobre a mãe dele, Bryan ficou calado. De certo modo, entendo o jeito dele se proteger e insistir em ficar longe das pessoas, então, dei por vencida e só me calei também, deixando o Bryan nos devaneios e no próprio mundinho maluquinho dele. Se eu falasse algo, era provável que ele fosse me expulsar, por isso só abri a boca pra pedir pra ficar por ali enquanto ele queria que eu fosse dormir logo. Aí agora que descemos, Bryan tá sendo muito ruim comigo, tá até dizendo que não vamos dormir agora e que precisamos ir pra algum lugar, de acordo com o Dom, o pai que está estragando o dia dos outros.
E eu só queria uma dormidinha de cinquenta horas e alguns minutos. O quão ruim é isso?
Talibã: Sofia, você cismou em ver a porra aí de nascer do sol porque quis, agora vai ficar acordada que nós dois temos um bagulho pra fazer - Como o esperado, Bryan tomou outro banho, até trocou a roupa que estava ontem, colocando uma roupa diferente hoje e, nossa, pasmem muito, mas ele está usando o básico mesmo, é tudo preto novamente. Combina com cada parte do corpo dele, é surreal. Mas aí, temos novidades? Não existe, ele só usa essa cor. Eu já acho que um vermelho escuro iria combinar com ele, e pretendo escolher a roupa que ele vai pra essa festa do comando, caso não esteja organizada já. Acho que ele tem em mente em qual roupa irá usar, é do Bryan que estamos falando, então não sei por qual motivo eu esperei que ele fosse escolher a roupa de última hora.
Me remexo na cama, deitando com a bunda virada exatamente na direção dele, fechando os olhos para dormir tranquilamente. Logo sinto um puxão na camisa que eu estou, então abro os olhos, encarando a causa de todos os meus pensamentos impuros, mas também, no momento, está sendo dono dos meus pensamentos de ódio. Bufo, vendo ele jogar o cobertor para longe do meu corpo, tirando as minhas poucas oportunidades de pegar de volta. Chuto a mão do Bryan que está próxima de mim para me tocar nos pés, mas sou mais rápida que ele, então o Bryan só ergue uma sobrancelha, deixando um mini sorriso debochado nos seus lábios que estão convidativos até demais. O meu todo gostoso e poderoso se afasta de mim, colocando a arma nas costas como se fosse um acessório qualquer. Entreabro a boca, observando isso e com medo de algum policial parar nós dois na rua.
Sofia: Ó, não fica me levando pra troca de tiro não que eu não sei nem segurar uma arma - Ergo o dedo na direção dele, rindo quando o gostoso faz uma careta. Reviro os olhos, levantando da cama em um pulo ao ver ele ajeitando a camisa. Bryan é pontual e, se eu demorar muito aqui, ele com certeza me deixa pra trás. Mas eu faria ele esperar até eu colocar meu último acessório, se eu esperei ele, é mais que justo esse ingrato me esperar também. Bryan tem a alma de um senhor assassino de oitenta anos, reclama muito o tempo inteiro e quer matar todos ao seu redor. Rabugento demais.
Talibã: Mas deveria, tu é mini bandida.- Aponta com a cabeça pra mim. Eu sorrio de lado. Ele tá com essa ideia desde ontem, só não entendo o motivo. Tiro a camisa dele do meu corpo e, com rapidez, sua atenção é completamente minha no momento que deixo a blusa deslizar pelo meu corpo, é quase que automático seus olhos âmbar me analisarem por inteira. Sinto meu coração idiota bater rápido até demais, e o que me desespera é saber que toda essa sensação é por ele. Meu estômago também reage a ele, e é de um jeito diferente de quando estou com medo, como se todos os meus órgãos, inclusive meu estômago, tivessem a linda ideia de dançar logo agora. Ando até a frente dele, respirando fundo quando, na hora, sinto suas mãos afundarem na minha cintura de maneira possessiva, como se me marcasse ali e dissesse que eu sou dele. E é exatamente isso que estou sentindo.
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Santo Forte.
Non-FictionO desejo tá explícito nos meus olhos e a cada toque meu sobre teu corpo que arrepia, cada fala que treme, cada respiração descompassada que você tem perto de mim, você implora pra que isso seja apenas uma noite, assim como eu. Até ver que seus olhos...