Santo Forte.

capítulo sessenta e oito

Não quero mais estresses à toa
Minha intenção nunca foi te machucar
Complicado, ciumento, maluco...
Eu sou...
Sou possessivo, surtado, confuso
Os meus defeitos, meu jeito, meu mundo e a velha mania de agir por impulso
Não sou uma pessoa fácil de lidar
Mas eu gosto de você, não vou negar
CAOS — MC CABELINHO

Sofia

Acordo com uma claridade que veio do cu do mundo no meu rosto. Que merda. Tento me mover, mas não consigo, me sinto presa em alguma coisa ou alguém. Abro bem os olhos devagar, vendo os braços do Bryan envolta da minha cintura sem força no toque, mas me impedindo carinhosamente de sair do aperto, especificamente de cima dele. Encaro o rosto do Bryan, todos os seus traços, a espessura da sua pele e a textura de algumas cicatrizes suaves ao lado da sua sobrancelha, maxilar e boca, quase imperceptíveis, mas enxergo por estar próxima demais. Minha total atenção é em como ele tá quietinho, a respiração calma, os olhos fechados e a boca mediana em uma linha reta. A calmaria transparece totalmente na sua expressão, diferente dos momentos em que ele quis matar todo o mundo, Bryan vive cuspindo fogo por aí, não sei como ele ainda não virou um mau dragão de desenho, não entendi também o motivo dele estar tão quieto assim, eu acho que…

Automaticamente arregalo os olhos em total espanto, indignada com essa imagem rara à minha frente. Porra, não pode ser… Acho que eu finalmente percebi que ele está dormindo, o que é algo novo pra mim. É o que, gente??! Bryan Gabriel nunca, repito, nunca dormiu nas vezes que veio pra ficar comigo. Toco o peito dele com um dedinho, tentando ver se ele tá dormindo mesmo, mas ele não abre os olhos. Sorrio feliz. Bryan tá dormindo mesmo!

Solto um suspiro baixo, deslizando a minha mão até o seu ombro. Pisco lentamente, me sentindo submersa na sensação que ele me provoca. O nariz fininho, a boca carnuda e vermelhinha, os olhos pequenos fechados, a barba crescendo alguns pelinhos, o pescoço tatuado tão atraente que meus dedos coçam pra tocar… Arrepio, puxando o ar lentamente por um fio dos meus lábios entreabertos ao ter a atenção totalmente nele, observando o rosto perfeitamente delineado do Bryan.

Bryan está dormindo. Dormindo, aham, ele tá dormin…

E ele abre os olhos. 

Dormindo? Ata, aham, até parece! Dormindo porra nenhuma, esse fingido. Tava muito fácil pra ser verdade mesmo, sério. Semicerro os olhos, vendo o chupão no pescoço dele. Eu fico calada, prendendo um sorrisinho por ver a marca vermelha fazendo contraste na sua pele clara, mas ele tem a mesma reação ao olhar para algo em mim, e eu reviro os olhos, pondo a mão na região do pescoço que ele tá olhando como um psicopata doido, obsessivo e possessivo.

Maluco.

Sofia: Pervertido.- Resmungo. Desvio o olhar pra bagunça que tá o quarto, acho que nós dois bagunçamos tudo com o fogo no cu de ontem. Não, o meu foi especificamente em outro lugar. Quando tento me mover de novo, sinto uma dor alastrando por toda parte do meu corpo.- Ai…

Que dor.

Talibã: Tá escrito aqui que você é minha.- Ele indica a minha pele marcada com o dedo. Eu não tô conseguindo ver, mas consigo sentir a ardência. Volto a deitar minha cabeça no peito dele, bufando. Acho que ele deve estar dormente já, tadinho. Passo a mão na cicatriz dele em cima do peito, beijando-a logo em seguida. Não sei que impressão ou por qual motivo tenho ela, mas o meu Bryan segura a respiração por alguns segundos ao sentir a minha boca em contato com a sua pele. Ele empurra levemente o meu rosto e eu sorrio.

Sofia: Eu não preciso escrever em nenhuma parte sua, tá bem óbvio na sua cara e no seu corpo que você é meu - Murmuro. Bryan solta uma daquelas risadinhas nasal, mas não é e nem seria capaz de me contrariar, sabemos que é a mais pura verdade.- Seu corpo não tá dormente?