capítulo setenta e dois

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“Como pode ser tão solta e tão minha?Me fazer andar em cima da linhaSempre que eu quero fogo, ela é lenhaE faz manha se tá sozinhaGosto quando cê me beija e me arranha”⤬ B U D A H, ninguém vai te superar

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“Como pode ser tão solta e tão minha?
Me fazer andar em cima da linha
Sempre que eu quero fogo, ela é lenha
E faz manha se tá sozinha
Gosto quando cê me beija e me arranha”
B U D A H, ninguém vai te superar.


Talibã: … Eu vou ter uma conversa sincera contigo. Agora.

Sinto vontade de despejar todas as minhas frustrações nele, mas me controlo bastante pra não fazer isso com uma pessoa que só tá tentando conversar, apesar de querer muito me sujeitar a isso no momento. Bryan Gabriel estreita o olhar, sério e focado, me encarando com uma marra magnética, impenetrável e tão presente que só falta desmanchar, além da minha falsa marra, o meu corpo inteiro. 

Logo ele que foge de tudo querer conversar sobre isso?

Sofia: Como você se sentiria? - Com a voz suave, mais calma que antes, pergunto. Ele fica em silêncio me olhando, processando a minha pergunta repentina. Logo eu desfaço a minha autodefesa, me ajeitando na cama e erguendo o rosto para encarar ele. Séria e chateada com a situação terrível entre nós.- Se eu fosse pra outro país ou estado, sei lá, e eu estivesse escondendo de você, como você se sentiria se soubesse que eu te escondi?

Silêncio. Silêncio durante cinco minutos. Ele descruza o braço, enquanto eu olho para tudo em seu corpo e ao meu redor. Finalmente, ao ouvir sua voz baixa e rouca, eu mantenho os meus olhos aos seus.

Talibã: Me sentiria como você - Diz, baixo. Eu balanço a cabeça, observando os olhos dele sem piscar ou desviar. Bryan suspira, não se aproximando de mim em momento algum e eu agradeço por isso. A sinceridade destila em suas palavras.- E agiria pior do que você, provavelmente, Lila. Mas não é por causa disso que eu escondi.

Sabemos.

Sofia: Ótimo! - Falo totalmente sem humor, apontando pra ele que se mantém imóvel.- Você entende como eu me sentiria, e pior, tu deixou pra lá mesmo assim. Eu não tô aqui pra te cobrar nada, só me sinto mal. É difícil querer estar ao lado de uma pessoa que, na primeira oportunidade, foge de mim. Porque é isso que você faz. Não reclamo por você ir, apesar de gostar da sua presença aqui. Eu falo sobre você esconder algo tão importante de mim como a sua ausência.

Talibã: Eu não tô fugindo de você.- Passo a língua pelos lábios, encarando ele com uma certa dúvida. Se não tá fugindo de mim, o que tá acontecendo? Porque ninguém que quer te ter do lado, te esconde as coisas, ainda mais a notícia que vai pra outro país.- Você sabia do meu jeito desde quando se aproximou de mim, eu te alertei várias vezes. Agora não acho que tu deveria agir como se eu nunca tivesse avisado dos riscos. Eu sou assim, Sofia.

Sofia: Exatamente, eu sabia do seu jeito e eu não nego. Não é a pauta aqui. Mas o fato de te conhecer minimamente não significa que eu seja obrigada a concordar com as suas atitudes idiotas - Bryan balança a cabeça, e, de novo, desvia o olhar do meu por alguns segundos. Eu mantenho, procurando algo nele que nem eu sei.- Não reclamei do seu jeito em momento algum, eu gosto dele e o aceito, assim como você é comigo. Eu falo sobre uma atitude sua que, pra mim, nem condiz com o seu jeito. Você até agora foi sincero com as coisas que te convém, mas deveria ter me dito, independente se iria me magoar ou não, acontece o tempo todo das pessoas se machucarem sem querer. Eu não sou importante pra você?

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