Capítulo quatro

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JIMIN PARK
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A tensão entre nós era quase palpável, como uma corda esticada prestes a se partir. Jungkook me observava com aqueles olhos escuros e impenetráveis, e eu sabia que ele estava me analisando, buscando qualquer fraqueza que pudesse usar a seu favor. Não sabia exatamente o que ele queria, mas uma coisa era certa: eu precisava descobrir como sobreviver naquele lugar, e rápido.

Depois de nossa breve conversa, ele não disse mais nada, apenas se virou e voltou ao seu treinamento, ignorando minha presença como se eu não passasse de uma sombra no canto da sala. Meu coração ainda batia acelerado, uma mistura de medo e outra coisa que eu não queria reconhecer. A visão dele, suado e focado, ainda estava gravada em minha mente, mas eu me forcei a afastar aqueles pensamentos. Não podia me deixar distrair. Não naquele lugar.

Saí da sala em silêncio, sem saber para onde ir ou o que fazer. Cada passo ecoava nos corredores vazios, o som reverberando pelas paredes como se a própria casa estivesse tentando me lembrar de que eu estava sozinho. Uma estranha sensação de claustrofobia começou a me sufocar, como se as paredes estivessem se fechando ao meu redor. Precisava de ar, precisava escapar daquilo, nem que fosse por alguns minutos.

Ao encontrar um corredor que levava para outro cômodo, andei rapidamente, esperando encontrar alguma saída para um jardim ou qualquer lugar ao ar livre. No entanto, cada porta que eu abria levava a mais corredores, mais quartos vazios e mais silêncio opressivo. A casa, com toda sua grandeza e luxo, parecia mais uma prisão, cada detalhe cuidadosamente projetado para impedir que qualquer um escapasse.

Finalmente, encontrei uma porta dupla que dava para um grande salão de jantar. Era uma sala magnífica, com um longo lustre de cristal pendendo do teto e uma mesa de madeira escura que parecia ter sido esculpida à mão. As cadeiras estavam dispostas com perfeição, cada uma em seu lugar exato, como se estivessem esperando por um banquete que nunca aconteceria.

O ar ali era diferente, carregado de uma história que eu não conseguia entender. Algo sobre aquele lugar me deixava desconfortável, mas ao mesmo tempo fascinado. Havia um peso na atmosfera, como se aquela sala tivesse testemunhado segredos e conspirações que nunca deveriam vir à tona. Não era apenas uma sensação — era quase uma certeza.

Passei os dedos pela superfície da mesa, sentindo a textura sob minha pele. Estava fria, como se a sala inteira fosse um mausoléu, congelada no tempo. Uma pequena janela no alto da parede deixava entrar um feixe de luz, que parecia insuficiente para aquecer o ambiente. Eu estava ali, parado, tentando entender por que me sentia tão atraído e ao mesmo tempo repulsa por aquele lugar, quando uma voz baixa e firme quebrou o silêncio.

— O que você está fazendo aqui?

Me virei bruscamente, meu coração quase saltando do peito. Jungkook estava na entrada da sala, encostado na porta, os braços cruzados sobre o peito. Seu olhar era duro, e havia algo em sua postura que sugeria descontentamento, mas também um estranho tipo de curiosidade. Por um momento, fiquei sem saber o que responder. Não queria parecer um intruso, mas a verdade é que eu estava completamente fora de lugar.

— Eu... eu estava apenas explorando a casa — respondi, minha voz soando mais fraca do que eu gostaria. — Não sabia para onde ir.

Ele descruzou os braços e deu alguns passos em minha direção. Mesmo sem a intensidade do treino, a maneira como ele se movia tinha uma graça letal, como um predador que sabia exatamente como caçar sem esforço.

— Este é um lugar perigoso. Não é lugar pra você. — disse ele, sua voz baixa e controlada.

Ele parecia uma maluco dizendo essas coisas. Ou talvez ele fosse.

Entre o amor e a vingança • JM + JKOnde histórias criam vida. Descubra agora