Entre o amor e a vingança • JM + JK

Capítulo vinte e cinco

JIMIN PARK
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Boa leitura

Eu o vi pela primeira vez depois desses dias quando ele entrou na casa, visivelmente exausto. As olheiras profundas em seus olhos me disseram mais do que qualquer palavra. Ele estava claramente dormindo mal, ou talvez nem tenha dormido, provavelmente tão inquieto quanto eu. Parte de mim queria correr até ele, envolvê-lo em meus braços e dizer que tudo ia ficar bem, mas a outra parte sabia que as coisas não seriam tão simples.

Eu estava na cozinha quando ele passou por mim em silêncio. Não trocamos muitas palavras. Ele parecia distante, e eu sentia aquela barreira invisível entre nós. A sensação de que eu estava sendo um estranho na vida dele era sufocante, mas ao mesmo tempo, eu sabia que ele estava lutando internamente também.

Observei Jungkook largar suas chaves na mesa de centro antes de se jogar no sofá, claramente esgotado. Ele suspirou longamente, um som que me fez querer fazer algo, qualquer coisa, para ajudá-lo a relaxar.

— Por que não toma um banho? — sugeri suavemente, quase hesitante. — Eu vou preparar algo para você comer.

Ele me olhou, sem dizer nada por um momento, mas então levantando-se lentamente como se cada movimento fosse feito com o peso do mundo em seus ombros. Ele desapareceu no banheiro, e eu me movi pela cozinha, decidido a fazer algo simples, mas nutritivo.

Preparei um prato de massa, o tipo que ele gostava. Algo que eu sabia que ele comeria, mesmo que estivesse sem apetite. Enquanto ele tomava banho, coloquei a comida na cama, cuidadosamente, e arrumei tudo para quando ele saísse.

Minutos depois, ouvi a porta do banheiro se abrir. Ele saiu de lá com os cabelos ainda úmidos, uma toalha enrolada na cintura e uma expressão distante. Eu o observei enquanto ele se vestia em silêncio. Ele não falou, mas seus olhos revelavam uma fadiga profunda. E então, ele foi até a cama e se sentou, começando a comer lentamente.

Eu o observei enquanto ele comia, o som dos talheres contra o prato preenchendo o silêncio. Era estranho estar naquele ponto, onde as palavras pareciam inúteis. Eu sabia que precisava falar, mas também sabia que as palavras certas poderiam não existir.

— Jungkook... — comecei, minha voz saindo mais baixa do que eu pretendia. — Eu sei que você está magoado comigo — continuei, meu coração acelerando. — E com razão. Eu não fui sincero, escondi coisas de você. Mas eu não posso falar. Não porque eu não confio em você, mas porque... — Engoli em seco, tentando encontrar as palavras certas. — São coisas que você não deve carregar. Não quero te envolver nisso. Não quero que você tenha problemas por minha causa.

Ele não levantou o olhar, continuando a cortar pequenos pedaços de comida. O silêncio dele era um golpe, mas continuei, a necessidade de ser honesto maior do que o medo de afastá-lo ainda mais.

— Eu te amo, Jungkook — continuei, a emoção rasgando minha garganta. — Nunca amei alguém como amo você. Mas eu não posso contar o que está acontecendo, não porque eu não queira, mas porque não quero que você acabe sofrendo por algo que eu comecei. Esse é o meu problema, a minha luta. Eu preciso lidar com isso sozinho.

Ele ainda não disse nada, mas eu sabia que ele estava ouvindo. Mesmo sem olhar para mim, sua respiração estava mais pesada, o prato diante dele quase esquecido. Eu não podia forçar mais. Talvez ele precisasse de tempo. Talvez ele precisasse processar tudo.

— Eu vou deixar você descansar — disse, já me preparando para sair do quarto. Quando comecei a me virar para sair, senti algo. Um toque leve, mas firme. Ele segurou minha mão, impedindo que eu fosse.