Capítulo oito

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JUNGKOOK JEON DE LUCA
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A adrenalina que alimentava meu corpo durante o ataque começava a desaparecer, e com ele, o peso das feridas que eu não havia notado até então. Quando o vi, ainda ali no quarto, sentado na beira da cama, a tensão nos olhos de Jimin mudou para algo mais suave, quase preocupante.

Eu não deveria estar aqui, não desse jeito, não agora. Mas algo em sua expressão me fez ficar. Havia uma força naquela fragilidade, uma determinação que eu não conseguia ignorar.

Foi então que percebi que algo em mim havia mudado também. A dor pulsante em meu braço, e o gosto de metal em minha boca eram sinais claros de que eu havia me envolvido mais do que pretendia. E por mais que quisesse manter tudo sob controle, agora parecia mais difícil do que nunca.

— Você está sangrando — a voz dele cortou o silêncio do quarto, baixa, quase um sussurro, mas cheia de preocupação genuína.

Olhei para o corte profundo em meu braço, ainda fresco e pulsante. Não era nada que eu não pudesse lidar, mas a preocupação dele me pegou desprevenido. Estava tão acostumado a ignorar minhas próprias feridas que a ideia de alguém se importar parecia... estranha.

— Não é nada, — respondi, tentando afastar o assunto. Mas ele não parecia convencido.

— Vamos para um hospital. Eu posso te levar.

— Não é necessário.

— Mas você está sangrando.

— Já passei por coisa pior. Isso não é nada.

— Mas para mim é. Eu estou... preocupado com você. Não importa se você não está. Eu estou.

O olhar fixo em mim, cheio de preocupação genuína, me fez ceder, ainda que contra minha vontade.

— O kit de primeiros socorros está no armário do banheiro, à direita.

Ele assentiu e se levantou rapidamente, quase que por reflexo. Seus passos eram rápidos, mas determinados. Não havia hesitação, nem aquele ar de fragilidade que muitas vezes eu via nas pessoas. Ele sabia o que estava fazendo, e isso só me lembrava por que estava ali para começar.

Enquanto Jimin procurava pelo kit, eu permiti que minha mente vagasse, tentando racionalizar o que tinha acontecido. O ataque havia sido planejado, isso era óbvio. Mas a questão que me incomodava era o porquê. Havia tantas possibilidades, tantos inimigos, mas nada fazia sentido.

Minha mente se voltou para Jimin. Ele tinha se tornado uma peça central em tudo isso, mas ainda não conseguia determinar se isso era coincidência ou um plano meticulosamente arquitetado. Precisava estar vigilante, não podia me deixar levar pela proximidade que estávamos criando.

— Achei — ele anunciou, voltando com o kit nas mãos.

Sentei-me na cama enquanto ele se aproximava. Meus olhos seguiram cada movimento dele, observando a maneira como suas mãos ágeis abriram o kit e começaram a preparar o curativo. Quando ele se aproximou de mim, o cheiro suave de seu perfume me atingiu, um lembrete de que estava mais perto do que deveria.

— Deixe-me ver o corte, — ele disse, sua voz mais firme do que eu esperava.

Levantei o braço, permitindo que ele limpasse o sangue. Seus dedos tocando minha pele enviaram uma onda de sensações inesperadas por todo o meu corpo. Era uma situação absurda, eu sabia, mas ali, naquele momento, deixei que ele assumisse o controle.

— Você não precisava fazer isso, — murmurei, minha voz soando mais vulnerável do que eu queria admitir.

— Alguém precisa cuidar de você, — ele respondeu sem levantar o olhar, concentrado no que fazia. — E parece que você não se preocupa em cuidar de si mesmo.

Entre o amor e a vingança • JM + JKOnde histórias criam vida. Descubra agora