Entre o amor e a vingança • JM + JK

Capítulo seis

JIMIN PARK
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Quando Jungkook entrou no quarto naquela manhã, seu rosto estava tão inexpressivo quanto sempre, mas havia algo em seus olhos que me deixou em alerta. Eu estava sentado na beirada da cama, tentando organizar meus pensamentos desde a nossa última conversa. A dúvida ainda pairava sobre mim como uma nuvem pesada, mas eu sabia que precisava de tempo, e ficar aqui, com ele, era a minha melhor opção.

Ele se aproximou lentamente, parando a uma distância segura, como se ainda estivesse me avaliando. Por um momento, o silêncio entre nós parecia preencher todo o espaço, pesado e tenso.

— Você pode ficar, se quiser — ele finalmente disse, sua voz fria e firme. — Mas quero deixar claro que você está aqui sob minhas condições. E se você me trair de qualquer forma, não haverá misericórdia.

Aquelas palavras, ditas com tanta autoridade, provocaram um misto de alívio e raiva dentro de mim. Ele estava me dando permissão para ficar, mas as correntes invisíveis que ele mencionava eram palpáveis. Eu sabia que estava em uma posição precária, mas essa era a única chance que eu tinha de aprender, de me fortalecer, e talvez de conseguir as respostas que eu buscava.

Eu o encarei diretamente, sem medo. Talvez fosse uma imprudência de minha parte, mas eu não podia me permitir demonstrar fraqueza.

— Não estou aqui para causar problemas, Jungkook. Só quero... uma chance. E, até agora, você é o único que me deu isso.

Ele estreitou os olhos, como se estivesse tentando decifrar minhas intenções, cavando através das minhas palavras em busca de qualquer sinal de falsidade.

— Uma chance para quê? — Ele pressionou, cruzando os braços.

Eu sabia que estava entrando em terreno perigoso, mas era agora ou nunca. Precisava fazer com que ele entendesse, ou pelo menos acreditasse, que eu era sincero.

— Uma chance de me defender, de entender o que está acontecendo ao meu redor. Eu não sei nada sobre esse mundo, meus pa- quero dizer, eu perdi tudo... — minha voz tremeu ligeiramente ao quase mencionar meus pais, mas eu rapidamente me recomponho. — Mas eu preciso saber, e preciso estar preparado. Não quero ser mais uma vítima desse seu mundo, Jungkook.

Ele permaneceu em silêncio, seu olhar fixo em mim, mas sem revelar o que estava realmente pensando. O silêncio entre nós começou a ficar insuportável, mas eu mantive minha postura. Não era hora de recuar.

— Você não é o único que já perdeu algo — ele finalmente disse, a voz carregada de uma dureza que parecia brotar de um lugar profundo. — E o que você precisa entender é que o que está pedindo não é um jogo. As pessoas no meu mundo, Jimin, não sobrevivem apenas porque querem. Elas sobrevivem porque são implacáveis.

Minha respiração se acelerou, e algo dentro de mim se revoltou contra aquela dureza. Ele não entendia, ou talvez não quisesse entender, o que me trazia aqui, o que alimentava minha determinação.

— Eu não estou pedindo que seja fácil — respondi, minha voz subindo um tom. — Estou pedindo para que me dê uma chance de lutar. Se não quiser me ajudar, que seja, mas eu vou encontrar uma maneira de fazer isso sozinho. Não vou ficar parado enquanto outras pessoas decidem meu destino.

Os olhos de Jungkook brilharam com algo que eu não consegui identificar de imediato, mas havia uma faísca ali, uma reação ao meu desafio. Ele deu um passo à frente, aproximando-se até que estivesse quase ao alcance das minhas mãos.

— Você acha que pode desafiar o que eu construí aqui? — Sua voz era um sussurro ameaçador, e eu podia sentir a tensão se acumulando entre nós. — Não pense que só porque você está sob meu teto, eu vou ser complacente. Se você ficar, Jimin, terá que provar seu valor. Se falhar, não vou hesitar em te colocar para fora. Ou pior.