JIMIN PARK
Não esqueçam de curtir e comentarEu não me lembro exatamente do momento em que o mundo desabou sobre mim. Talvez tenha sido quando ouvi o som abafado dos tiros, ou quem sabe quando vi o olhar vazio de minha mãe fixo no teto, sem vida. Era como se o tempo tivesse parado, cada segundo se arrastando em câmera lenta, enquanto a realidade cruel e implacável tomava forma ao meu redor.
Londres sempre foi um lugar seguro, ou pelo menos era o que eu pensava. Cresci entre livros, cafés sofisticados e parques tranquilos. Meus pais, Jon e Jenna Park, eram tudo para mim. Trabalhadores, honestos, cheios de sonhos que só cresciam com o tempo. Nunca imaginei que nossos laços seriam cortados tão abruptamente, tão violentamente.
Tudo começou com uma ligação. Meu pai recebeu um telefonema naquela manhã, e logo percebi a mudança em seu semblante. Ele desligou o telefone mais rápido do que o habitual, olhou para minha mãe, e o que se seguiu foi uma série de sussurros ansiosos que não consegui decifrar. Minha mãe tentou disfarçar com um sorriso, mas seus olhos estavam inquietos. Eu deveria ter insistido em saber o que estava acontecendo, mas não o fiz.
Naquela noite, eu estava no meu quarto quando ouvi o primeiro tiro. Um som seco e distante que fez meu coração parar por um segundo. Desci as escadas correndo, e antes que pudesse entender, outro tiro ecoou pela casa. Meu corpo inteiro tremeu, cada passo parecia mais difícil que o anterior, mas eu continuei, empurrado por um medo que eu nunca havia sentido.
Quando cheguei à sala de estar, meus pais já estavam caídos no chão. O sangue manchava o tapete bege que minha mãe tanto amava. Fiquei paralisado, incapaz de processar o que estava vendo. Os assassinos estavam lá, dois homens de expressão fria, que nem se deram ao trabalho de olhar para mim naquela hora. Eles falaram alguma coisa e quando se certificaram que o serviço estava feito, eles vieram atrás mim. Ouvi o som dos passos pesados atrás de mim, subindo a escada com uma determinação fria e implacável. Cada estalo dos degraus parecia um sinal de que o tempo estava se esgotando. As lembranças do assassinato estavam frescas na minha mente, uma dor intensa que quase me paralisava.
Corri pelas portas dos fundos, onde tinha uma escada de ferro para atrás da casa, minha respiração ofegante misturando-se com o som dos meus sapatos batendo no chão. A casa estava em desordem, a luz da noite filtrando-se pelas janelas e criando sombras distorcidas que dançavam ao meu redor. O medo me impulsionava, mas também me mantinha alerta.
Ao sair, a brisa fria da noite me atingiu como uma bofetada, mas eu não tinha tempo para sentir o frio. Cada passo era uma corrida contra o relógio. Com o coração batendo no peito, acelerei ainda mais, determinado a escapar e a garantir minha sobrevivência.
Não sei como consegui fugir. Tudo o que me lembro é de pegar a mala que estava preparada no carro para nossa viagem à Itália — uma viagem que meus pais planejavam há meses. Corri pela porta do aeroporto, com lágrimas escorrendo pelo rosto, sem saber ao certo para onde ir, apenas com a certeza de que precisava sair dali.
A viagem para Florença foi um borrão de dor e desespero. Meus olhos ardiam de tanto chorar, e meu corpo parecia se mover por pura inércia. Eu não tinha um plano, nenhuma ideia do que faria quando chegasse lá. Só sabia que precisava fugir.
Ao aterrissar na Itália, percebi que a cidade que eu deveria ter conhecido com os olhos brilhantes de turista agora me recebia como um refúgio sombrio e desconhecido. O labirinto de ruas estreitas e becos me engolia, e logo eu estava perdido, vagando sem rumo. A dor da perda e o medo do que poderia acontecer a seguir me consumiam por dentro, como se o ar estivesse se tornando mais pesado, mais difícil de respirar.
Foi então que, em um dos becos mal iluminados, percebi que estava sendo seguido. Três homens, de olhos afiados e sorrisos maldosos, se aproximavam lentamente. A adrenalina tomou conta de mim. Meu corpo congelou, mas minha mente gritava para eu correr. Quando me virei para fugir, dei de cara com uma parede de tijolos. Sem saída.
— Parece que essa belezura se perdeu — disse um deles, com um sorriso que fazia meu estômago revirar.
— Por favor, não se aproximem — eu tentei implorar, a voz tremendo. Eles não responderam, apenas se aproximaram com uma determinação ameaçadora. Quando tentei me afastar, um dos homens agarrou meu braço com força, e eu percebi que não tinha mais para onde fugir.
— Soltem-me! — Eu gritei, tentando me livrar do aperto, minha mente corria para encontrar uma saída. Meu coração batia forte, e o medo era quase opressivo. Eu me contorcia e chutava, tentando lutar contra eles.
— Calma, docinho. Prometemos ser rápidos.
— E carinhosos.
— Nem tanto.
Eles riram. E a risada deles me causava repulsa.
— Eu falei para me soltarem!
Diante da minha resistência, um deles me empurrou com uma força inesperada, e eu fui projetado contra a parede. O impacto foi doloroso e minha cabeça bateu com força, um brilho ofuscante de dor me envolveu. A sensação era como se o mundo estivesse girando ao meu redor, e a visão estava se tornando borrada. O som da risada cruel deles parecia distante e abafado.Eu queria desmoronar, mas uma faísca de resistência ainda queimava dentro de mim. Meus pais. Com um esforço doloroso, tentei me recompor, minha mente ainda lutando para focar. Meu corpo estava fraco e ferido, mas eu sabia que precisava continuar resistindo, não importava quão difícil fosse.
Mas então, eles se aproximaram de novo e o ódio estava presente em seus olhos, o pânico me deixou paralisado. Foi quando o destino — ou talvez apenas uma cruel ironia — interveio. Um farol de carro iluminou o beco, seguido pelo som de portas se abrindo. Em segundos, os homens estavam no chão, e eu, encolhido, assistia sem entender o que estava acontecendo.
Um homem alto e de expressão impenetrável surgiu das sombras. Ele me olhou, seus olhos escuros fixos nos meus, avaliando, julgando. Eu estava à beira do desmaio, mas havia algo nele, algo que me fez sentir uma estranha combinação de medo e segurança.
— Venha comigo — disse ele, a voz baixa e controlada.
Eu não tinha forças para argumentar. O choque e o cansaço me dominaram, e antes que eu percebesse, estava sendo levado para longe daquele beco, para o interior de um carro luxuoso.
— Quem é você? — Minha voz saiu rouca, quase inaudível.
— Ninguém que você precise saber agora.
Foi o que ele disse, sem sequer olhar para mim. Voltei meu rosto para a janela do carro, as ruas de Florença passavam como um borrão ao meu redor. Perdido. Sozinho. E assim, minha fuga para a Itália se transformou em algo que eu jamais poderia ter previsto e tudo o que consegui fazer foi me render à escuridão que ameaçava me engolir.
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Entre o amor e a vingança • JM + JK
Fanfiction[FINALIZADA] Após o brutal assassinato de seus pais, um jovem foge para a Itália em busca de refúgio e justiça. Perdido e sem rumo, ele se vê em um dos becos escuros de uma cidade italiana, onde se torna alvo de criminosos. No entanto, o destino o...