Entre o amor e a vingança • JM + JK

Capítulo dez

JIMIN PARK
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Boa leitura

Acordei com o som suave do vento batendo nas janelas do quarto. A luz do sol da manhã já penetrava pelas cortinas, mas eu não conseguia me mover. Minha mente ainda estava presa na noite anterior. Nos olhos de Jungkook, no toque dele, no beijo.

Passei a mão pelos lábios, ainda sentindo o peso daquele momento. Aconteceu tão rápido, e por mais que eu quisesse dizer que foi apenas uma reação impulsiva, sabia que não era só isso. Algo profundo dentro de mim havia sido despertado, algo que tentei ignorar desde o dia em que coloquei os pés nesta mansão.

Jungkook Jeon De Luca. O nome dele pulsava na minha mente como um eco insistente. Ele era um mistério que eu não sabia se queria resolver ou fugir. Tudo sobre ele me atraía e me afastava ao mesmo tempo. O perigo que ele representava, o poder que carregava, e agora, o desejo inegável que pairava entre nós.

Levantei-me lentamente da cama, sentindo cada músculo do corpo tensionado pelas emoções da noite anterior. Me aproximei do espelho, observando meu próprio reflexo. Havia algo diferente em mim. A dúvida que costumava estar sempre presente nos meus olhos havia sido substituída por uma determinação. E essa mudança tinha muito a ver com Jungkook.

Lembrei-me de cada detalhe do que aconteceu. A maneira como ele me puxou para si, o calor do corpo dele contra o meu, a intensidade do beijo. Não era só desejo. Havia algo mais profundo, algo que eu não conseguia definir. E isso me deixava mais confuso do que nunca.

Por que ele fez aquilo? E por que eu correspondi? Eu deveria estar focado em uma coisa: vingar a morte dos meus pais. Mas, de repente, tudo parecia mais complicado. Jungkook não era apenas o chefe de uma máfia que eu queria usar para alcançar meu objetivo. Ele estava se tornando algo mais. Alguém mais.

Sentei-me na beira da cama, tentando organizar meus pensamentos. Eu não podia me dar ao luxo de me envolver com ele, não desse jeito. Isso poderia atrapalhar tudo. Ele era perigoso, manipulador, e eu sabia que, por mais que parecesse, Jungkook não confiava completamente em mim. E com razão. Eu escondia coisas dele, e ele sabia disso.

Mas, ao mesmo tempo, a maneira como ele me olhou ontem à noite... Havia algo genuíno, uma faísca de vulnerabilidade que eu não esperava ver nele. Foi um momento breve, mas foi o suficiente para me fazer questionar tudo.

Peguei uma roupa qualquer e fui em direção à porta. Precisava de ar, precisava sair daquele quarto e tentar, de alguma forma, colocar minha mente no lugar. A cada passo que eu dava pelos corredores da mansão, sentia meu coração bater mais forte. Não queria encontrar Jungkook, mas parte de mim sabia que isso era inevitável.

Quando cheguei à sala de treinamento, ele já estava lá. De costas para mim, as mãos enroladas em faixas de luta, Jungkook golpeava um saco de pancadas com uma precisão assustadora. O suor escorria pela pele dele, os músculos tensos, e por um momento, fiquei parado na porta, observando-o em silêncio.

Eu sabia que não podia deixar que o que aconteceu na noite anterior interferisse no que eu precisava fazer. Precisava manter o foco. Mesmo que isso significasse colocar uma barreira entre nós.

— Está pronto para continuar? — A voz dele ecoou pela sala, sem que ele se virasse para me olhar. Ele sabia que eu estava ali, e eu não conseguia decidir se isso me irritava ou me deixava nervoso.

— Estou — respondi, tentando soar firme, mas meu coração ainda estava acelerado.

Ele parou de golpear o saco de pancadas e se virou para mim, os olhos fixos nos meus. Havia uma tensão no ar, uma tensão que parecia crescer a cada segundo que passava em silêncio. Mas, desta vez, não havia a mesma urgência da noite anterior. Era diferente. Jungkook me observava com uma intensidade fria, como se tentasse medir cada reação minha.