Capítulo dezoito

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JIMIN PARK
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Boa leitura

Me virei na cama, tentando encontrar uma posição confortável, quando o pesadelo começou a tomar forma. As imagens surgiram do nada — uma lembrança distorcida, cruel e nítida, do momento em que vi meus pais serem assassinados. O som dos tiros ecoando na minha cabeça, o telefonema, o sangue. Eu queria correr, mas minhas pernas não se moviam. Estava preso, preso no mesmo lugar. O rosto de minha mãe e meu pai se virou para mim, os olhos arregalados, e a dor em seu olhar me atingiu como uma faca, como se fosse momentos antes de eles terem sido assassinados.

Acordei com um sobressalto, o coração disparado. Minha respiração estava rápida, descompassada, como se ainda estivesse naquele momento terrível. O susto fez com que eu me movesse de forma abrupta, e a dor no meu ombro disparou como uma corrente elétrica.

— Ah! — Um gemido involuntário escapou dos meus lábios, me fazendo apertar a mão contra o ferimento.

Jungkook acordou imediatamente. Eu não tinha nem notado, mas ele estava sempre alerta, mesmo enquanto dormia. Ele se levantou num movimento rápido e se inclinou na minha direção, com os olhos ainda meio fechados, mas a preocupação nítida em seu rosto.

— Jimin, o que aconteceu? — ele se aproximou, a voz baixa, rouca de sono, mas carregada de tensão.

Eu respirei fundo, tentando recuperar o fôlego.

— Só... um pesadelo — respondi, tentando manter a voz firme, mas não consegui disfarçar a agitação. O pesadelo ainda estava comigo, como se pudesse me puxar de volta a qualquer segundo. — Foi só um pesadelo.

Ele me observou por um momento, os olhos passando do meu rosto para o meu ombro, onde eu apertava a ferida com a mão. Seus traços se suavizaram um pouco, mas ainda havia uma intensidade preocupada ali. Ele sabia que não era só um simples pesadelo.

— Vem aqui — ele disse em um sussurro, me puxando para mais perto de si antes que eu pudesse protestar.

Com um gesto cuidadoso, ele envolveu meus ombros com seus braços, tomando cuidado para não pressionar o ferimento. Eu senti o calor de seu corpo próximo ao meu, o cheiro da pele dele misturado com o aroma amadeirado familiar. Por um instante, fiquei rígido, ainda sentindo o impacto do pesadelo, mas logo comecei a relaxar.

— Você está seguro agora — ele murmurou, seus lábios próximos ao meu cabelo, a voz reconfortante, como se suas palavras pudessem afastar todos os demônios que ainda me cercavam. E por algum motivo, parte de mim acreditava nisso.

Fechei os olhos, sentindo a batida constante do coração de Jungkook contra mim, e o calor de seu abraço começava a afastar o gelo do medo. O pesadelo ainda estava lá, à espreita no fundo da minha mente, mas o toque de Jungkook — firme e protetor — era o que me mantinha presente.

— Foi sobre tudo o que aconteceu, não foi? — a voz de Jeon era um sussurro, mas eu sabia que ele sabia exatamente sobre o que era o pesadelo. Ele não precisava dizer mais nada. Ele compreendia.

Eu balancei a cabeça lentamente, ainda tentando processar tudo.

— Sim — sussurrei de volta, minha voz baixa. — E... sobre meus pais... e como tudo aconteceu.

Não me importei em dizer isso.

Jungkook apertou os braços em volta de mim, como se quisesse me proteger do próprio passado.

— Não vou deixar que nada aconteça com você, Jimin — ele disse baixinho, mas com uma determinação que fazia minhas entranhas revirarem de algo além de medo. — Nunca.

Entre o amor e a vingança • JM + JKOnde histórias criam vida. Descubra agora