Dois dias depois. São Paulo, Brasil...
Marilia
Ajusto meu blazer e atravesso o quarto. Aquela sensação quente e gostosa se espalha dentro de mim ao vê-la dormindo de bruços em minha cama. Ela adormeceu no trajeto do aeroporto para casa. Não sei bem o que me deu para trazê-la para o meu quarto. É o meu santuário. Nenhuma mulher entrou aqui antes dela. Olho-a remoendo minha tormenta interna. Está atravessada no colchão e agarrada ao meu travesseiro, dormindo profundamente. Está nitidamente cansada. Um sorriso de predadora se abre em meu rosto. Eu a comi no jato quase toda a viagem. Só saí de cima dela quando o piloto anunciou que estava se preparando para pousar. Eu me aproximo mais, meus olhos esfomeados correndo pelo corpo delicioso. O lençol está enrolado, mostrando as costas esguias e as covinhas sexy que tem logo acima da bundinha firme. Sua pinta em forma de coração nas costas. Tudo nela expira sensualidade. Meu corpo inflama, uma fome que parece nunca ter fim toma conta de mim. Nunca fui de arroubos românticos. Sou fria por natureza, mas, a vontade de me inclinar e acordá-la com beijos em cada centímetro da sua pele, me acomete. Fecho meus punhos dos lados e continuo observando-a, fascinada. É linda demais e me satisfaz na cama como nenhuma outra. Deve ser por isso que estou tão mexida, encantada, seduzida. Estou a ponto de me virar e sair do quarto quando ela geme e se estica no colchão, o lençol escorregando completamente, deixando-a nua.
Eu praguejo porque preciso sair para o trabalho. Fiquei duas semanas longe e isso não é do meu feitio, abandonar a empresa para montar uma boceta, por mais gostosa e apertada que seja. Os olhos castanhos se abrem e ela rola de costas, fazendo-me gemer, meu olhar correndo pelos peitinhos empinados, a barriguinha lisa, a bocetinha depilada, praticamente implorando pela minha língua. Porra. Que feitiço é esse que a Maiara lançou sobre mim? Volto o olhar para seu rosto e ela tem um indício de sorriso sonolento e sensual na boca carnuda.
- Bom dia. - geme, puxando o lençol e encobrindo o corpo, acabando com a minha diversão.
- Bom dia. - minha voz sai rouca quase inaudível.
Ela olha em volta, franzindo o cenho quando percebe que não está em seu quarto.
- Estou no seu quarto? - aceno, procurando uma boa resposta para isso. - Por quê? - sussurra confusa.
- Porque não quero ter que andar até seu quarto quando acordar faminta por você. - digo e me congratulo porque parece uma desculpa aceitável. Não há razão romântica. - É um arranjo puramente prático, Maiara. Me acostumei a tê-la toda noite e não vou mudar isso agora que estamos em casa. - tenho a impressão de ver decepção cintilando brevemente em seu rosto. Ela acena e ensaia um breve sorriso. Eu estendo a mão e puxo o lençol, deixando-a nua. - Não esconda o que é meu das minhas vistas. - praticamente rosno, meu olhar se banqueteando de novo com o corpo delicioso. Meu pau incha por completo, estufando a calça social. Ela arfa levemente e permanece parada, me deixando apreciar cada curva linda. Arrasto meu olhar de volta para o seu e um sorriso de lobo levanta meus lábios. - É minha. Toda minha. - desistindo de lutar, eu toco o seio direito, puxando delicadamente o bico pontudo. Maiara se contorce, esfregando as coxas. Sussurro-lhe: - Quero que aceite os meus presentes.
- Não os quero. - ela nega, orgulho brilhando nos olhos castanhos. Suspiro asperamente. Menina teimosa.
- Retiro as grosserias que lhe disse naquela noite em meu escritório. - eu me vejo apelando, cedendo mais uma vez aos seus caprichos. Seus olhos lindos arregalam em surpresa. - Fui uma grande imbecil, você estava coberta de razão em não os aceitar na ocasião. Porém, espero que os aceite agora.
Diversão cintila em sua íris e ela quase ronrona quando pergunta:
- Você quer, ou espera que eu aceite? Estou confusa...