CAPÍTULO 11

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Duas semanas depois... Aeroporto de Guarulhos...

Marilia

Saímos do hangar da MM e andamos pelo asfalto a céu aberto em direção à primeira aeronave imponente prestes a ser batizada. A brisa suave do entardecer nos envolve. Minha mão está entrelaçada com a da Maiara, enquanto observamos os caminhões do Corpo de Bombeiros se posicionarem. Quatro Boeings estão enfileirados aguardando a ação. Dois modelos 717 e dois 727 comprados para atender o aumento das frequências das rotas internacionais. Estávamos operando em vinte e três frequências semanais, mas graças ao cuidadoso planejamento estratégico, vamos fechar esse ano em melhores condições do que no anterior. Começaremos o ano fungando no pescoço da LATAM. Rio, gostando muito desse prospecto. A pequena multidão se aglomera em nossos lados. Assessores de imprensa da empresa, meu vice-presidente, alguns gerentes, Maraisa, e executivos da Star Aliance que estão nos visitando, quiseram prestigiar o momento.

Os caminhões se alinham e em seguida grandes jatos d’água são atirados em cima do avião de cada lado, formando um arco elegante, a chuva banhando a aeronave. Palmas e exclamações entusiasmadas ecoam ao redor.

— Que lindo! — Maiara exclama, me fazendo virar a cabeça para olhá-la. Um sorriso de deslumbramento está curvando os lábios grossos. — Não sabia que os aviões podiam ser batizados. — diz baixinho, o rosto sendo tingido de rosa. Ela não gosta de parecer ignorante sobre um assunto.

— Sim, há várias ocasiões que pedem batismo. Aquisição de frota, inauguração de rotas, último vôo de um comandante, encerramento das atividades de uma companhia... — sorrio do seu rosto encabulado. — é uma tradição mundial na aviação.

Ela ouve atentamente, sempre ávida por conhecimento. Ouço o estampido das bebidas sendo abertas.

— É lindo. Obrigada por me convidar. — murmura, os belos olhos castanhos refletindo os últimos raios de sol.

— Meu prazer. — digo, abaixando meu rosto, minha boca ficando perto da sua. Não gosto de demonstrações públicas de afeto, mas a menina me seduz, minhas mãos têm vontade própria perto dela. Beijo seus lábios levemente e ela sorri, os olhos brilhando para mim. Meus lábios se curvam sutilmente. Ela é meu vício. Não vejo essa atração poderosa entre nós arrefecendo tão cedo. — Chris só vai pousar dentro de duas horas devido a um atraso no aeroporto de Manaus. — sussurro, meu tom e olhar cheios de segundas intenções. Combinamos de jantar com meu irmão após o batismo. — Você quer conhecer meu escritório lá em cima? Podemos nos divertir um pouco enquanto o aguardamos. — inclino meu queixo para o segundo andar do hangar.

Ela ri toda sensual e lambe os lábios com provocação clara.

— Talvez... — finge ponderar sobre o assunto. —, sempre tive curiosidade sobre os aeroportos. Você vai me dar uma aula, ou algo assim, senhora CEO da aviação?

Porra. Eu gemo baixo e mordo seu lábio inferior com um pouco de pressão, pouco me importando com quem está vendo. Ela me enlouquece.

— Você é a única que vai dar lá em cima, Maiara. — digo com rudeza e ela geme baixinho.

Rio perversamente e beijo a ponta do seu narizinho atrevido. Meu olhar sobe e encontro Sabrina na ponta direita, perto de seu pai. Eles chegaram de Buenos Aires na semana passada e fizeram questão de comparecer hoje. Estou em reuniões com Carlos sobre os rumos da nossa parceria e ela está apenas acompanhando-o, como sempre fez na falta de ter algo para se ocupar, como um trabalho, por exemplo. Sorri, os olhos castanhos bem maquiados segurando os meus, os lábios vermelhos curvando em uma promessa silenciosa e sedutora. Inclino o queixo levemente em sua direção, voltando a minha atenção para os meus novos bebês.
As palmas continuam à medida em que os caminhões se dirigem para as próximas aeronaves, dando-lhes o mesmo tratamento. Um garçom chega até nós e pego duas taças de champanhe, entregando uma à Maiara. Há mais três garçons servindo os presentes e logo todos estão de posse de suas taças. Levanto a minha, sendo seguida por eles e bebo um grande gole. Já proferi o discurso dentro do hangar, onde o barulho do vento é gerenciável. Os assessores enviarão a matéria à Revista da MM e outros canais midiáticos. Os convidados passam a se misturar após o fim do espetáculo, interagindo e comendo. Minha avó sempre insiste que devemos servir canapés acompanhando a bebida nos batismos.

O Acordo ( G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora