Uma semana depois...
MariliaLevantamos nossas taças e entramos na contagem regressiva...
- 5, 4, 3, 2, 1! Feliz Ano Novo! - a mesa grita entusiasmada para os fogos explodindo no céu de São Paulo.
Mantenho meu braço enrolado na cintura da Maiara. Ela está com o sorriso mais radiante para mim, as luzes dos fogos refletindo nos incríveis olhos castanhos. Esqueço do resto da mesa e me perco nela. Apenas nela. É linda demais.
- Feliz Ano Novo, baby! - murmuro perto da sua boca.
- Feliz Ano Novo, Marilia! - sua voz está meio emocionada.
Sem me importar com mais nada, tomo sua boca, beijando-a com paixão na frente de todos. Ouço assovios e sorrisos, provavelmente de Chris e nossa avó, que estão perto de nós. Estamos no Jardim Paulista, em um clube de festas exclusivo que alugamos para o tradicional baile de fim de ano da empresa. É um evento apreciado e muito esperado pelos nossos funcionários, e desde que assumi a presidência da MM, tenho me esforçado para torná-lo cada vez melhor. Chupo a língua macia em minha boca vorazmente. Maiara choraminga, apalpando meu ombro, segurando minha nuca com a mão livre e se rende à minha fome. Nós nos beijamos, praticamente fodendo a boca uma da outra, sob os sons de risos, fogos e felicitações para o ano que se inicia. Quando arranco minha boca da sua, rio como uma adolescente que se comportou mal e ela faz o mesmo.
- Deliciosa... Isso vai me dar sorte, garantir um bom... - meio que gemo, mordendo seu lábio inferior. - um excelente ano.
Seus olhos cintilam de uma forma hipnotizante. Está usando um vestido branco, lembrando o que usou na Grécia, parecendo uma deusa, imponente. Seu corpo está ficando cada vez mais maduro, com curvas deliciosas, voluptuosas. Os peitinhos redondos e firmes estão maiores, suculentos. A cinturinha bem fina e os quadris alargando na bundinha linda e arrebitada. Ela tem desabrochado em uma linda e estonteante mulher desde quando a fiz minha, há quase três meses. Estou cada vez mais louca por ela. Fascinada. Maiara tomou minha cabeça e meu corpo de tal forma, que me assusta a velocidade com que me viciei nela.
- Você acredita em Deus? - sussurra, a voz ainda cheia de emoção. Franzo a testa. Que raio de pergunta é essa?
- Eu acho que sim. - dou de ombros.
Ela rola os olhos.- Não há meio termo. Só há uma resposta: sim, ou não. - diz com sua astúcia e atrevimento em dia.
Eu rio, tocando minha taça na sua.
- Sim, eu acredito. - digo e percebo que sim, é verdade. Eu acredito em Deus, embora não seja exatamente íntima Dele.
Isso a agrada, seu sorriso suave ampliando.
- Então, será um ano excelente. Basta confiar Nele. - diz com uma convicção inocente. Um leve sorriso toca a minha boca pela forma simples, honesta e direta com que trata sua crença.
- Eu acredito no trabalho duro, Maiara. - digo com um toque do meu cinismo habitual.
Ela acena, esses olhos magníficos parecem estar travando outro tipo de conversa comigo. Uma mais íntima. Uma que me mantém aquecida por dentro, tocada de uma forma que nunca me permiti antes dela.
- Sim, claro, no entanto, a colheita é muito mais abundante quando entregamos tudo nas mãos capazes de Deus.
Eu a encaro ainda com o sorriso brincando na boca. Não contente em fazer me render ao Natal, ela vai continuar me convertendo, pelo visto.
- Não sabia que era uma beata fervorosa. - brinco. Ela ri, meneando a cabeça.
- Eu não sou. Frequento a igreja esporadicamente, mas converso com Deus todos os dias. - ela me olha com interesse aguçado. - Já conversou com Deus alguma vez, Marilia?