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A noite passada foi tudo, menos agradável

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A noite passada foi tudo, menos agradável. Além de ter que jantar no quarto, fui obrigada a ouvir Violet contar, pela milésima vez, como chegou a Asgard depois que rebeldes invadiram seu vilarejo. A voz dela era um murmúrio constante, uma recordação que se repetia sem parar, como um disco riscado. A mente, cansada e ansiosa, queria escapar para qualquer lugar, longe daquela conversa interminável. Finalmente, a intervenção da minha mãe foi um alívio bem-vindo, aparecendo como uma heroína que rompe a teia de palavras.

Pela manhã, porém, não encontrei muito alívio. Acordei com um som repetitivo, batidas insistentes na porta, como se o mundo insistisse em me puxar da cama. Levantei-me rapidamente, amarrando o cabelo em um coque apressado enquanto caminhava para abrir a porta. Assim que fiz isso, encontrei meu pai, com uma expressão que mesclava seriedade e expectativa, segurando uma caixa vermelha de tamanho médio.

- Pensei que já estivesse acordada - disse ele ao entrar, e a única coisa que consegui murmurar foi um monossílabo.-Como você está?

- Péssima - respondi, observando-o colocar a caixa sobre a penteadeira. - Eu não quero ficar aqui.

Com um olhar firme, ele ignorou meu desânimo e abriu a caixa. O brilho dos braceletes dourados refletiu a luz suave da manhã, e eu me aproximei involuntariamente, atraída pela beleza deles.

- Vista-os - ordenou ele, com um tom que deixava pouco espaço para discussão.

- Para quê? - perguntei, desconfiada. - Obrigada, mas eu dispenso - falei, afastando-me como se estivesse fugindo de algum feitiço indesejado.

- Escute, você vai me agradecer quando chegar a hora. Apenas faça o que eu digo - insistiu ele, fechando a caixa novamente, como se soubesse que minha resistência era frágil. - O café será servido em vinte minutos. Não se atrase - falou, dando alguns tapinhas no meu ombro antes de sair, suas palavras ecoando em minha mente. Fiz o que ele mandou, depois de tomar um banho e colocar roupas adequadas para o treinamento, fui direto pra sala de refeições. Encontrando os outros já tomando café.

-Astrid, sente-se aqui.-Thor acenou e eu olhei pro outro lado da grande mesa onde meu pai estava e ele apenas confirmou com a cabeça, me sentei ao lado do loiro e de frente pra ruiva tagarela.-Como passou a noite?

-Muito bem, obrigada.-Falei e comecei a me servir.-Teria dormido melhor se estivesse na torre, com meus amigos.-Ouvi um pigarro do outro lado e virei o rosto.

-Nós também somos seus amigos, a mais tempo do que aqueles midigardianos.-Volstagg resmungou ao lado de sif e me olhou.-Sentimos sua falta, não conseguimos falar muito com você da outra vez. Como você está?

-Uma peste, pra falar a verdade.-Foi Thor quem respondeu, o olhei de esguelha e o acertei com o cotovelo.

-E o Loki?-Parei de sorrir na hora e olhei pra Violet na minha frente, ouvi Thor murmurar alguma coisa e se levantar.-Faz tempo que ele não vem aqui.

Tyrsen - A filha da guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora