Capítulo 44

68 6 2
                                    


A viagem para Londres foi o ponto alto e também o mais baixo da minha vida, e nada se compara a manhã em que Daniel, saiu daquele quarto num rompante, deixando-me destruída e humilhada.  Não me lembro ao certo quantas horas fiquei sentada naquela cama até Laura entrar com um sorriso oculto nos lábios fazendo comentários debochados do tipo " você foi bem comida" ou " eu sabia que Stone tinha fama, mas o tanto que você gemeu". Ainda não parei para pensar nas atitudes dela depois desse episódio, mas tenho uma nota mental para este comportamento, não sou ingênua.

Meu estomago embrulha quando lembro do quanto Daniel foi canalha ao usar o sexo para me punir por ter ficado com Leon. Ainda posso sentir o o cheiro do sexo sujo e da pornografia que consenti a nós dois, mas que foi para o puro desfrute de seu orgulho e vaidade.

Você é ingênua, sim.

Parece doentio da minha parte, mas esperei que ele fizesse algum contato, mas ele simplesmente sumiu. E mesmo depois que eu bebi uma garrafa de champanhe que peguei na cozinha de casa e enviei áudios implorando que ele me perdoasse, e apagando em seguida com minhas crises de consciência, ele não disse nada além de " vai dormir" ou "você está bêbada".

 A que ponto uma garota chega? Qual o limite para o ridículo? Eu teria implorado por ele se Leon tivesse ignorado meus gemidos naquela manhã e continuado sendo meu amigo? Rolo os olhos para meus pensamento depois de tomar consciência dos fatos: Leon não é meu amigo, e acho que nunca foi. Porque assim que soube que não poderia me controlar, saiu jogando na cara de seu rival— como a porra de um adolescente — que estava fodendo, literalmente, comigo. E mesmo tendo voltado para casa conosco, e Raul nos olhar com desconfiança por estarmos afastados, ele mal falou comigo e apesar de estamos neste momento sentados no sofá de casa, bebendo com minha família e alguns amigos dele e Raul no jantar de encerramento das férias, ele continua me ignorando, olhando apenas quando estou distraída e nunca diretamente nos meus olhos.

Subo as escadas lentamente e entro no meu quarto, estou levemente embriagada depois de 2 margueritas que Raul e Carlo fizeram para os convidados. Em frente ao grande espelho que tenho quarto, tiro o vestido e encaro algumas manchas que estão amareladas na minha pele, mesmo após 2 semanas. Daniel me deixou marcada como dele, e apesar de humilhada, me permito recordar do prazer que senti antes de ficar consciente da sua crueldade ao me tratar como uma qualquer naquele dia. Passo a mão pelo meu corpo magro, admiro meu colo elegante e seios fartos juntando-os com as duas mãos. Meu cabelo loiro ficou muito bom com o corte em camadas e franja, me sinto sensual e bastante atraente dentro da calcinha e sutiã brancos de renda. Fecho os olhos e passeio com uma mão pela minha barriga, descendo para meu ventre e alcançando o cós da calcinha. Posso sentir o cheiro do perfume dele, e com um pouco mais de força, minha mente reproduz o toque dos seus lábios. Minhas mão invadem minha calcinha que acaba de umedecer, e eu ouso, pela primeira vez, tocar meu nervo e sinto eletricidade se espalhar pelo meu corpo.

Posso sentir sua presença, rio, é doentio me tocar e sentir que sou observada por ele, mesmo assim abro mais as pernas e me deixo levar pela sensação de que ele me assiste e se aproxima para me ajudar a aumentar meu prazer. Pendo a cabeça para o lado, oferecendo meu pescoço, e continuo a judiar do meu clitóris que incha com meu toque que vai se intensificando. Permaneço com os olhos fechados, deixando que Daniel fique ainda mais próximo do meu pescoço, fazendo minha respiração ficar irregular, solto um gemido. Aperto meu seio enquanto me masturbo intensamente, gemendo.

— Daniel.. ah

Ele está aqui.

Sinto as mãos frias tocar minha cintura e abro os olhos.

Paraliso. O choque. A vergonha. Tiro minha mão de dentro da calcinha e tento me cobrir com as mãos.

— O que você está fazendo no meu quarto?

Leon ignora minha pergunta e continua com sua mãos grudadas em minha cintura, aproximando a boca do meu pescoço. Seus olhos azuis estão cravados em mim, e pelo reflexo do espelho vejo que mal presta atenção no que acabo de perguntar.

Me esquivo de seu toque ainda em choque e pego o vestido do chão tentando vestir, mas ele o arranca de minhas mãos com rapidez.

— Não sou quem você deseja não é? — se aproxima e toca minha bochecha com o dorso da mão. — Mas posso te dar o que quer.

Eu afasto sua mão do meu rosto, enquanto puxo o vestido de sua mão e rapidamente visto até o quadril, gesticulo em sua direção para que se vá.

— Saia do meu quarto, por favor.

— Ah qual é Lys? Vai me negar? — se aproxima — É sempre assim, não é? Eu sirvo de substituto quando ele não está. — Encaro seus olhos e vejo suas enormes íris azuis com pupilas dilatadas e sei que está sob efeito do álcool, só não sei o quanto.

— Leon, sai do meu quarto. Estou pedindo. — bufo, séria, vestindo as alças do vestido rapidamente.

Ele se aproxima e segura meu pulso com força suficiente para que eu não me solte com facilidade.

— Eu posso te fazer gritar e todos vão ouvir — engole seco — igual ele fez, não se preocupe.— se aproxima cheirando meu pescoço. Minha cabeça gira, e posso sentir o medo no momento em que engulo a bola de saliva parada na minha garganta. O jeito que ele me olha, me causa arrepios e pude sentir o ódio em cada palavra que saiu da sua boca.

— Me solta você está me machucando — Forço meu pulso e o encaro. — Não estou a fim — continuo, agora em tom mais suave, na esperança de que entenda que realmente não quero nada além de ficar sozinha. Mas ele se aproxima ainda mais, encostando os lábios nos meus. Seu hálito quente cheira a bebida alcoólica, um sorriso irônico lhe escapa.

— Sei que estava se masturbando, como a faminta desesperada por sexo que é. — Debocha

Porra

Leon é um maldito psicopata que invadiu meu quarto e está me assustando pelo modo como me olha, como seu eu fosse a refeição que ele não tem há duas semanas. Pisco algumas vezes, sentindo minha espinha gelar quando ele me joga contra a cama, vindo para cima de mim.

— Socorro. Socorro. — Me encolho e grito com toda força que tenho e ele para. Estarrecido, se afasta em seguida.

Me encolho quando o vejo fechar a porta atrás de si. Eis mais um dos motivos de minha mãe insistir em me dizer para ter cuidado com os homens. Fecho os olhos e sinto o cheiro do álcool que veio de seu hálito quente. 

Ele não faria isso. 

Não ouso me convencer de que Leon não teria coragem, nunca o conheci de verdade.

Não fode, Lys Brooks.

 Leon é o tipo de que cara que ganha sua confiança e é sujo o suficiente para fingir ser meu amigo para conseguir aquilo que quer. Fui burra ao confiar nele e em todas as promessas que aqueles olhos fizeram sem mesmo abrir a boca. Me culpo por confiar nele, confiar em sua falsa amizade e em sua falsa preocupação. Não é sua culpa Lys. Ele é sujo e se aproveitou de todos os momentos em que estive frágil e perdida. Ele me viu como uma presa fácil e deu o bote. E pensar que eu o quis, que me preocupei com seus sentimentos. Levanto da cama e corro trancar a porta do quarto; faço o mesmo com a porta da varanda e a janela, não quero correr o risco de ter uma visita indesejada por esta noite. Minha cabeça martela, minhas pálpebras ficam pesadas, me livro do vestido e do sutiã, me jogo na cama. Pego meu telefone e ligo para Daniel, na esperança que ele me atenda deixo, mas é inútil. Deixo chamar até cair na caixa postal que é o exato momento que me entrego ás lágrimas.

DE TODOS QUE AMEI, VOCÊ FOI DIFERENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora