Me condeno antes de abrir os olhos e tomar consciência de que o corpo ao meu lado é de Laura, que chegou por volta de 6h da manhã, 1 hora depois de eu ter vindo para cama.
Me arrasto até o banheiro com minha necessaire para um banho. Meu corpo está todo dolorido, e ao fazer xixi percebo que a dor esta por todos os lados. Saio do banho, entro no jeans e desembaraço os cabelos, pego o celular no quarto e corro para a sala. Preciso ligar para minha mãe.
— Filha, você está bem?
— Oi mãe, estou sim. Te acordei? — dou um sorriso fraco.
— Já até tomei café. — Ela mostra o quarto arrumado e o uniforme sob a cama — Você não parece feliz para alguém que está em Londres — minha mãe franze o cenho com desconfiança.
— Só me sinto um pouco cansada, mãe. — Aproximo a câmera para que ela veja as olheiras nos meus olhos.
— Tem dormindo pouco? — mamãe senta na cama, ajeitando seu roupão. — Sei que está na viajem dos sonhos e que tem pouco tempo filha, mas precisa descansar.
— Sinto sua falta mãe. — Ignoro os conselhos maternos, ansiosa para dizer, entre linhas, que gostaria que ela estivesse aqui, ela saberia o que dizer e me aconchegaria em seus braços. Me convenceria de que está tudo bem. Meus olhos embargam e meus lábios formam uma linha fina em uma tentativa de deter a tristeza.
— Eu sei meu amor, eu também sinto a sua.— Minha mãe se levanta e posiciona o celular na penteadeira de madeira antiga. — Lys, querida, você sabe que pode sempre falar com sua mãe quando se sentir sentir sozinha, não é?
— Eu sei. É que me deu saudade de acordar e conversar sobre qualquer coisa. — Solto uma lufada do ar que esmaga meus pulmões, e limpo as lágrimas que insistem em nascer nos meus olhos. — Só deu saudade de acordar com o cheirinho de café.
— Filha, sei que é muito difícil se adaptar estando sozinha.— Minha mãe engole saliva, preparando-se para o que vai dizer — Eu sai da casa do meu pai quando tinha 17 anos, e sofri muito tendo que ser responsável por mim mesma. — Ela respira fundo. — Tomar decisões é fácil, o difícil é lidar com as consequências. — Com os cotovelos sob a penteadeira, ela apoia o queixo nas mãos entrelaçadas — Por isso, Elysia Marie Brooks, chorar por conta das consequências das nossas ações, apesar de ser humano, deve ser um recurso apenas para que você respire fundo antes do próximo passo.
Eu a encaro, atenta as palavras que ela escolhe, observando-a respirar fundo e tomar fôlego para continuar.
— E eu sei filha, que você é uma mulher forte e inteligente. E o que quer que seja que está te incomodando, saberá qual passo dar, ciente de que fez o que tinha que fazer para o seu próprio bem e segurança.
— Sim mãe, eu vou ficar bem. Fica tranquila.
— Eu não vou ficar tranquila Lys, mas vou acreditar que criei uma filha capaz, e que ela vai fazer o seu melhor.
— Obrigada mãe, por confiar em mim. Isso é muito importante.
E é mesmo, se ela soubesse o peso que suas palavras tem, e o quanto me sinto acolhida só de olhar para ela.
— Eu sempre confiei, filha. — Ela limpa as lágrimas que descem discretamente pela bochecha, antes de perguntar. — Me manda uma foto de Londres? Preciso mostrar pras meninas do Hospital, ela ficam me encarando quando eu digo que você está em Londres, sendo que esses dias eu falei que estava em Ibiza.
Eu solto uma gargalhada e minha mãe me encara seriamente, arqueando uma sobrancelha.
— Mãe você fica se exibindo, é por isso que elas debocham.
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DE TODOS QUE AMEI, VOCÊ FOI DIFERENTE
RomansaLys Brooks finalmente conquistou os 18 anos e o direito de fazer e ser o que tem vontade. Sem medo de se envolver com o perigo que os homens podem oferecer, ela se entrega aos prazeres carnais, ainda que seu coração a confunda algumas vezes. Uma vi...