Capítulo 22

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Entramos no bmw e Days Like This de Van Morrison é o fundo musical. Eu não lembro ouvir música quando entrei no carro mais cedo, mas o vocal de Morrison me alcança, acalmando a ansiedade do que vem a seguir.

Observo o homem misterioso e sexy entrar no carro com suas tatuagens visíveis no braço e não consigo pensar em outra coisa que não seja o que ele vai fazer comigo, e eu mal posso esperar por isso. A mão masculina é forte, com dedos longos e veias grossas me fazem lembrar da tarde no banheiro do barco.

Uma mão fria na minha nuca desperta minha atenção quando ele se aproxima.

— Você é linda Elysia, você sabe ne? – O polegar toca meu lábio e eu me desmancho — Seus olhos, sua boca.. e esse seu jeito, eu mal posso esperar para estar a sós com você.

Sinto o gosto do vinho quando segura meu rosto e nossas línguas vibram em uníssono enquanto a mão desliza pelo meu pescoço e colo, indo até os seios, apalpando por cima do fino tecido de cetim. Eu relaxo movida pelo desejo de ser tocada, entregue, então ele interrompe e sinto seu hálito próximo a minha orelha e deixo escapar um gemido.

— Quero você! — O som de voz falhando é excitante, e eu me contraio na parte mais íntima do meu corpo. — Fico duro só com um beijo. — Diz fechando os olhos.

Afastando o corpo do meu e com uma mudança de humor brusca vira-se para o volante, dá a partida e não volta a encarar os meus olhos de súplica. Uma pontada de decepção me invade, minha nossa eu estava mesmo preparada para mais uma aula de sexo em local público.

— Para onde estamos indo? Você está chateado comigo? — pergunto depois de cinco minutos tentando manter pensamentos sexuais depravados fora do alcance do meu consciente.

— Já vai ver, chegamos.

Ele para em frente a um grande prédio, estaciona e pegando um pacote no porta luvas, avisa. — Fique aqui, eu volto em dois minutos mas vou trancar a porta e não abra até eu chegar. — Disse segurando meu queixo, dando um selinho rápido e antes que eu tenha chance de fazer qualquer pergunta, sai do carro e tranca a porta.

O observo atravessar a rua, entregando o pacote pela janela de um SUV preto estacionado do outro lado, com dois homens dentro. Eles mal se falam e Daniel caminha de volta para o carro.

Não entendi bem o que está acontecendo, neste momento apenas anseio estar com ele, embora pareça bem estranho, me trancar no carr, homens em carro preto e mistério.

— São seus colegas de trabalho? — pergunto curiosa — Os homens do carro, são advogados também?

— São pessoas que trabalham para mim, quando necessário.

— Seus funcionários são policiais?

— O que? Claro que não Elysia — Ele me encara perplexo e me dou conta do quanto foi sugestiva a pergunta.

— SUV escuros Daniel, são sempre estranhos e parecem coisa de polícia.

— Elysia, eles trabalham para mim e vieram buscar uns documentos. Eles fazem recados. — Olhos sérios me encaram. — Estamos quase chegando em minha casa.

Meu deus eu vou na casa do adônis. Não consigo não pensar em como deve ser a casa dele. Será que tem roupa para todo lado? Será que tem pôsteres de rock ou de mulheres nuas tatuadas nas paredes? Eu tento adivinhar qual o estilo da casa dele, fazendo considerações como tatuagem, camisas de botão abotoadas até o pescoço, timidez e atitude, não sei como relacionar e combinar essas coisas. Anseio por algo que não sei ao certo o que mas sei que desejo que ele me toque e me beije, mas ele simplesmente dirige sem dizer uma palavra. Talvez não tenha gostado do que eu disse sobre seus funcionários, ou esteja arrependido de sair comigo, não sei.

DE TODOS QUE AMEI, VOCÊ FOI DIFERENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora