Capítulo 43

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Tento ler as expressões dele, enquanto visto jeans e camiseta. No silêncio mortal posso ouvir sua respiração, enquanto pinça o nariz, buscando controle.

— Então você busca distração com Leon Castillo? — me encara — Sei que ele é filho da puta o suficiente para espalhar coisas horríveis sobre mulheres.— sua voz é fria — Me diga que não é o que estou pensando Elysia.

Vejo sua respiração emergir do fundo dos pulmões. Congelo, como se o tempo parasse. Minha capacidade de fala se esvai. Não pensei que Leon, 48 horas depois de transar comigo, estaria jogando na minha cara, que me consola quando Daniel não está por perto. Sei que Daniel é ciumento, e eu não tenho uma rota de fuga. Abro a boca e volto a fecha-la pela segunda vez. Eu me lembro da minha mãe me falando sobre os homens e como eles podem sugar nossas vidas, engolir tudo o que somos. Não sei se ela se referiu ao prazer e sexo, à dependência ou ao sentimento de posse desse gênero. Meu coração está disparado, ele está muito perto de mim. Vejo decepção em seus olhos brilhantes.

— Porra, você ficou com ele. — Daniel passa as mãos pelos cabelos. — Você fodeu com tudo.

Arregalo os olhos e o vejo cerrar os punhos, até esbranquiçar os nós dos dedos. Minha capacidade de falar permanece incerta.

— Fala alguma coisa, porra! — Ele grita, eu me assusto. — Você abre a porra das pernas para o primeiro que aparece. — Concluiu, por fim.

Sinto seu desprezo me atingir como um tapa, olho para o homem capaz de silenciar meus pensamentos e confortar minha mente e corpo. Eu o escolheria mil vezes. Não a Leon ou a qualquer outro, mas ele. Escolheria mesmo sentindo seu desprezo e seu ciúme cortante. Eu me apaixonei por ele, e sofreria se nunca mais o visse, mas definitivamente não sou uma garota que se entrega a submissão. Minha laringe recorda seu propósito e eu respiro.

— Eu abri pra você, não foi? — Murmuro observando a veia destacada em sua testa. Vejo escurecer seus olhos e um sorriso intrínseco nascer em seus lábios.

Ele segura meu queixo e com a outra mão passa uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, lentamente. Isso é tão sexual. Ele a raposa e eu o coelhinho. Meu ventre queima.

— E você decidiu que poderia abrir para Leon Castillo. — ele acaricia o lóbulo da minha orelha, contornando a região ritmicamente — Então é assim que faz novos amigos, Elysia?

— Você ... — entreabro os lábios mesmo sem uma palavra formada para dizer. Os olhos dele correm para minha boca, e seu indicador toca meus lábios. O desejo ao nosso redor se transforma em algo que pode ser tocado, farejado ou até mesmo mastigado. Ele sabe exatamente o que está fazendo.

— Eu disse que não compartilho, Elysia.— Diz, muito sério. Sua respiração aquece minha pele. — E mesmo assim... — Suas palavras ficam no ar, e eu não tenho ideia de como, mas ele me vira bruscamente, encostando seu peito nas minhas costas. Sua ereção crescente faz volume na base da minha coluna. Daniel passa o braço pelo meu pescoço de forma possessiva, sinto seu toque, ciente de que acabo de cruzar a linha do perigo.

— ..você anda se encontrando com o merda do Castillo, e...— lambe minha orelha, forçando a ponta da língua fria. Seu jogo é inebriante. E eu gosto.

Sem delicadeza me empurra, e eu caio na cama com o peito colado ao colchão. Tira meu jeans, rapidamente e me imobiliza sob seu corpo. Deitada com o rosto na cama, apenas de camiseta, deixo escapar um gemido de surpresa. Ele se levanta e segundos depois ouço-o abrir o zíper, deixando o jeans cair no chão. Posso ouvir seus passos rápidos e pesados antes de rasgar o preservativo. Me movo, ajeitando-me para ficar confortável sob os cotovelos, mas ele se aproxima, juntando meus dois braços nas costas e amarra com algo que, eu diria ser a minha calcinha de mais cedo, mas não tenho certeza e nem tempo para pensar. Seu joelho separa minhas pernas e ele força minha coluna para elevar meu quadril e me dá um forte tapa.

DE TODOS QUE AMEI, VOCÊ FOI DIFERENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora