Capítulo 4

160 27 2
                                    

Harry entra e sai da consciência algumas vezes. Ele acorda uma vez quando sente uma dor aguda no nariz, mas depois volta a dormir de forma irregular. Ele acorda um pouco mais tarde porque seu estômago ronca desconfortavelmente. Ele pensa em se levantar, mas todos os seus membros estão tensos e doloridos e ele mal consegue se mover.

O mais surpreendente é o fato de que Draco ainda não veio para forçá-lo a acordar. Talvez ele se sinta mal, Harry pensa, ele está me deixando dormir para passar.

Finalmente, os olhos de Harry se abrem completamente, sem a necessidade instantânea de fechá-los.

Piscando cansado, ele tenta entender onde está. Não é seu quarto, e ele não está de óculos.

Ele olha para a esquerda, há uma forma dormindo em uma poltrona puxada para perto da lateral da cama. Harry mal consegue discernir que deve ser Snape.

Ah. Eu esqueci. O fim da noite volta correndo para ele. Lembranças matinais nebulosas são substituídas por realidades agudas e desconfortáveis.

Harry se senta rápido demais e geme de dor. Há uma pontada em sua caixa torácica que o faz bufar e tentar desesperadamente recuperar o fôlego através de suspiros curtos.

Snape acorda assustado e rapidamente passa os óculos do criado-mudo para Harry.

Ele tenta alcançar os óculos, mas mover o braço envia uma descarga de dor incandescente por suas costelas novamente e ele cai inutilmente contra os travesseiros. Ele suga pela metade novamente. Dor fria-suor escorrem por sua testa.

Snape fica de pé sobre ele e muito gentilmente desliza os óculos em seu nariz. Snape pressiona as costas da mão contra a testa de Harry. O calor é agradável, mas Harry sente uma pontada de culpa por seu suor estar cobrindo Snape todo.

— Potter, você está acordado? — Snape se recosta na ponta da cadeira, inclinando-se pesadamente na direção de Harry.

Os olhos de Harry estão fechados com força enquanto ele tenta respirar através da dor, mas ele consegue assentir.

— Sim-sim. — Ele agarra as costelas que doem.

Finalmente, Harry abre os olhos e olha para Snape. O homem tem bolsas profundas sob os olhos, e seu cabelo está desgrenhado; amarrado às pressas na nuca. O mais chocante de tudo, ele está vestindo uma camiseta branca e calça vermelha. Harry pode esquecer momentaneamente a dor nas costelas com o choque de perceber que o Professor Snape, de fato, tem pijamas.

— A dor é pior aqui? — Snape coloca sua mão muito gentilmente sobre a de Harry. — Não consegui verificar se você tem algum ferimento interno, deixe-me cuidar disso.

Harry assente e afasta a mão. Snape invoca algo e toca a varinha nas costelas. Harry odeia a sensação anormal das costelas sendo colocadas de volta no lugar, e odeia ainda mais estar começando a se acostumar com isso.

Leva alguns minutos para a respiração de Harry voltar ao normal.

— Obrigado — ele finalmente força a saída.

— Nós realmente deveríamos levar você para o St. Mungos, os hematomas nas suas costas... não sei o que mais pode estar errado.

Harry balança a cabeça.

— Estou bem, pelo menos nada mais parece fora do lugar.

Eles fazem contato visual, Snape tem uma notável qualidade distante em seus olhos, é sombrio.

— Você se importa em me dizer por que você apareceu na minha porta à meia-noite, coberto de sangue?

Harry aperta os olhos novamente. Ele tira os óculos para esfregá-los, mas recua e grita quando sua mão roça a ponte do nariz.

No Appointment Necessary | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora