Capítulo 8

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"Sev, é Harry. Algo aconteceu. Estou na Mansão Malfoy. Por favor, ajude." A carta está escrita em letras grossas e quadradas. É quase ilegível, mas passa a mensagem.

Harry ignora as corujas e, em vez disso, vai para um cômodo da casa em que nunca lhe foi permitido entrar, o de Lucius e Narcissa. Ninguém entra há anos, então está coberto por uma espessa camada de poeira.

— Mippy — ele diz.

Imediatamente, uma velha elfa doméstica aparece diante dele. A elfa doméstica pessoal de Narcissa, e ainda a matriarca dos elfos domésticos da propriedade. Ela é uma das elfas mais poderosas a serviço dos Malfoy.

— Mestre Harry? — ela pergunta timidamente, não acostumada mais com as pessoas a chamando.

Ele estende a carta para ela.

— Você pode, por favor, por favor, levar isso para Hogwarts. — Ele implora, sem vergonha.

— Mippy não sabe... — Ela para, virando a carta em suas mãos algumas vezes. — É muito difícil chegar lá.

— Por favor, Mippy, preciso que isso chegue ao Professor Snape ou à Diretora.

Ela se preocupa com a carta por mais um pouco, olha para Harry, depois para um retrato de Narcissa Malfoy na parede, depois de volta para a carta.

— Bem, tudo bem... Mippy vai tentar, mas pode não conseguir.

Ela sai com um estalo considerável. Ele não sabe se ela consegue, ele nem sabe se ela pode. Ele pelo menos mantém a esperança.

Ele tem tanta esperança que começa a fazer as malas. Ele não se deixa considerar sua decisão nem por um segundo. Sentar-se lhe dará uma chance de pensar e entrar em sua cabeça. Ele tem que continuar se movendo.

Sua mala tem apenas o essencial. Algumas roupas, seus livros de poções, a capa da invisibilidade, o pilão e almofariz de Severus, e várias outras bugigangas que ele teme que Draco tenha em suas mãos.

A última coisa que ele coloca na mala é a pesada caixa preta com sua varinha dentro. Ele ainda não a tira, mas não a deixa ali.

Depois disso, Harry desce para a sala de estar e anda de um lado para o outro. Ele conta no começo, mas perde a conta por volta de 78, bufa e continua sem ser medido.

Eu não deveria ir embora, eu não deveria ir embora, eu não deveria ir embora joga através de sua mente ao ritmo de seus passos. Ele está feliz por ter agido tão rápido esta manhã, ele não pode tirar seu plano de ação agora que está acontecendo.

Severus, sinto muito, retiro o que disse, Harry.

Isso seria bem aceito.

Harry está tão distraído que pula quando ouve o barulho do Flu. Draco. Ele engole em seco e olha ao redor procurando um lugar para esconder a mala.

— Harry?

Uma calma repentina toma conta de sua mente estressada.

— Severus?

Ele está lá, parado na porta entre o saguão e a sala de estar. Claro, ele ligou o flu. Seus aposentos e a residência Malfoy certamente estão conectados.

Severus dá um passo em direção a Harry e o observa cautelosamente. Harry dá um passo inseguro para frente. Severus levanta uma mão para ele e ele caminha em um abraço frouxo. Severus é tão gentil e cuidadoso para não sacudir seu braço machucado, que ele se sente completamente seguro pela primeira vez em semanas.

— Quero você fora daqui. — Severus finalmente os separa. Ele afasta a mão boa de Harry e pega a mala para ele.

— Se você puder aparatar nós dois, acho que posso quebrar as proteções. — Harry está pensando nisso a manhã toda. Ele sentiu a magia sem varinha algumas vezes e tem quase certeza de que, com o quão bravo ele ainda está com Draco, ele pode pelo menos canalizá-la um pouco.

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