Capítulo 11

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Antes que Harry possa passar completamente pelo flu, Hermione o agarra e o puxa para dentro do apartamento dela e de Ron. O abraço dela, para surpresa de Harry, não o faz estremecer nem um pouco. É pesado e um pouco sufocante, mas não assustador.

Hermione o segura por tempo demais, a ponto de Ron finalmente separá-los para dar um abraço nele. Harry acha que eles estão exagerando por um momento, então se lembra que já faz mais de dois meses que eles estão juntos, um novo recorde.

— Você quer alguma coisa? Água? Chá? Um pouco de comida, talvez? — Hermione pergunta imediatamente.

Ron vê o olhar sobrecarregado no rosto de Harry e interrompe.

— Mione, ele já esteve aqui antes, ele pode conseguir o que quiser. — Ele repreende.

Hermione parece não saber o que fazer consigo mesma, então o ignora e desaparece na cozinha para pegar uma xícara de chá para todos. Ele gesticula para que Harry se sente.

A sala de estar deles é fofa. Em outro mundo, Harry poderia ter se imaginado morando em algum lugar como este. Há uma mistura de móveis baratos, de baixa qualidade e antigos de segunda mão que Hermione de alguma forma consegue combinar. As canecas que ela traz são descombinadas e charmosas. Ambos têm bons empregos, mas Hermione faz com que sejam econômicos. Ela quer uma casa, então, por enquanto, eles vivem em uma quitinete encantadoramente simples. Ron é surpreendentemente ruim com dinheiro e, portanto, é mantido em uma rédea curta.

Nenhum deles diz nada por um momento. Hermione está se fazendo de desentendida, mas Harry a conhece bem o suficiente para ouvir as perguntas não ditas.

Ela abre a boca para falar, mas só consegue dizer:

— Harry, o que... — antes que Ron fale mais alto do que ela e diga: — Ei, conte ao Harry sobre sua proposta, Mione.

Ela fecha a boca, mas aceita o conselho de Ron. Harry envia a Ron um olhar conhecedor e agradecido.

É mais fácil falar sobre outra coisa por enquanto, e Ele está genuinamente interessado no trabalho de Hermione com os Elfos Domésticos. Ela é admiravelmente apaixonada pelo assunto.

Ela fala por um tempo, alguns minutos basicamente monologando sobre tudo o que fez, os obstáculos morais e éticos de representar os elfos domésticos de forma justa e quais são os próximos passos.

Harry quer algo assim, algum tipo de honraria ou título que ele escolheu ganhar e completar. Ele considerou ser um Auror como tal, mas claramente, não deu certo. Ron e Hermione têm algo e Harry quer ver um – apenas um – artigo de notícias onde ele seja reconhecido por algo além de ser, bem, Harry Potter.

Hermione finalmente se esgota e fica sem assunto para conversar sobre seu trabalho.

Harry se sente muito mais relaxado agora, seguro, apenas curtindo com seus amigos. Ele afunda na poltrona fofa deles e toma seu chá. Poder fazer o que eu quero é realmente muito legal.

— Como está sendo ficar em Hogwarts? Faz um tempo que não vou. — Ron, sentado para frente com os cotovelos nos joelhos, diz. Hermione está do outro lado da sala de estar, sentada similarmente a Harry na outra poltrona, um pouco enrolada em si mesma com um cobertor frouxamente em volta das pernas.

— Bom. Muito bom. Exatamente o que eu precisava. — Ele não tem certeza do que mais dizer. Há um momento de silêncio. Hermione ainda parece querer fazer perguntas, mas se abstém, e Ron emocionalmente não sabe como lidar com a situação com nenhuma tática além de evitar.

Harry considera suas duas opções: não dizer nada, contornar o assunto e ter uma conversa superficial com os amigos; ou simplesmente contar a eles.

— Ele estava me batendo. Foi por isso que fui embora.

No Appointment Necessary | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora