No fim da tarde de um dia de início de verão, Harry se inclina sobre o balcão da loja de Severus e lê. Ele molha o dedo indicador com a língua, então vira preguiçosamente as páginas do Quadribol Semanal, que foi entregue recentemente pela caixa de correio há menos de vinte minutos.
Um som de algo quebrando ecoa por trás da porta fechada da sala de fermentação, então uma série de xingamentos de Severus que devem ser bem altos se Harry consegue ouvi-los através da porta pesada. Ele estreita os olhos e considera entrar para ajudar, mas então seu olhar se volta para um artigo maravilhosamente interessante sobre os novos membros da equipe de Puddlemore. Severus está no controle.
É um dia lento para a loja, mas o Beco do Tranco está movimentado. A cada poucos parágrafos, Harry olha através das janelas da loja (não mais cobertas com cortinas bem fechadas) e observa as pessoas descaradamente por alguns segundos.
Harry acha que ouve os passos de Severus vindo em direção à porta, então ele rapidamente fecha a revista e volta sua atenção para os livros abertos espalhados no balcão ao redor dele. O Léxico da Licantropia, e alguns outros tomos terrivelmente chatos sobre lobisomens e acônito, ao lado de um diário, aberto e virado, com as anotações de Harry.
O som foi apenas um acaso, então Harry, envergonhado por ter escondido tão rapidamente o Quadribol Semanal, volta a lê-lo. Não que Severus tivesse algo a dizer além de uma sobrancelha levantada, mas ainda assim, Harry não quer parecer que está sendo preguiçoso.
Poucos minutos depois, a paz de Harry é realmente quebrada pelo tilintar do sino acima da porta da frente. Imediatamente, uma onda de ruídos externos se afunila pela entrada, apenas para ser abafada quando ela é fechada atrás de uma mulher franzina em trajes profissionais e parecendo surrada pela multidão pesada.
Harry se endireita e coloca sua revista sob o balcão.
— Boa tarde, senhorita. — Ele cumprimenta alegremente e puxa o livro-razão comercial do outro lado do balcão, junto com uma pena e um tinteiro.
— Boa tarde, senhor Potter. Sou Elianora Rankort, do St. Mungos — ela estende a mão para ele por cima do balcão. Seu aperto de mão é firme.
Harry olha para o livro-razão, procurando o nome dela.
— Você está pegando um pedido? — Ele não vê nenhuma menção ao St. Mungos hoje.
— Não, não, eu tenho uma ordem da chefe Medibruxa — Elianora procura na pequena bolsa pendurada em seu ombro, finalmente tirando um pedaço de pergaminho. — Ah, vamos ver, aqui está o que precisamos. — Ela passa o papel.
Harry empurra os óculos para cima com a junta do dedo indicador, então puxa a lista em sua direção. É enganosamente curta: Caldo do Morto-Vivo x 5 garrafas, recorrente, bimestral; Elixir de Euforia x 50. Harry esfrega a metade inferior do rosto.
— O St. Mungos tem um cronograma em mente? — Harry vira uma página no livro-razão comercial. Eles estão bem ocupados nos próximos meses. Severus vem recebendo pedidos desde antes do início das férias de verão e está com a agenda quase até o final de agosto.
— Idealmente, daqui a quinze dias. Isso é bem rápido, eu sei, e a medibruxa Luwina autorizou um pouco mais de tempo, se for absolutamente necessário. — Elianora tem um tom muito prático que irrita Harry.
— Desculpe, Srta. Rankort, isso é impossível. — Dois meses atrás, Harry ficaria muito nervoso em dizer algo tão direto, mas trabalhar aqui está lhe dando uma pele grossa.
Rapidamente, o rosto de Elianora se contrai e ela franze a testa.
— Tenho certeza de que há algum tipo de acordo melhor que poderíamos fazer. Mais uma semana para a fermentação? Talvez cinco galeões extras para a natureza das poções.
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No Appointment Necessary | Snarry
FanfictionLogo após a guerra, Harry é levado para um romance de conto de fadas com Draco Malfoy. Quando as rachaduras começam a aparecer, Harry se convence de que é temporário e que Draco vai melhorar. Ron e Hermione estão pedindo para ele ir embora, mas é se...