Capítulo 12

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Eles ficam estranhos um com o outro.

Severus é nervoso, pede desculpas exageradas por tudo e qualquer coisa, sempre tentando ter certeza de que Harry está absolutamente bem.

Harry é irritável, às vezes totalmente maldoso e está constantemente ignorando as mãos mimadas de Severus.

Apesar de tudo isso, Harry não pode negar que as coisas ainda estão boas. A maioria dos dias não são terríveis, e ele percebe que é frequentemente sua própria atitude, que ele ocasionalmente tenta controlar, causando o atrito entre eles.

Eles estão no lado norte do Beco Diagonal durante uma manhã de quinta-feira irritantemente triste. Severus não tem aula antes das dez nas quintas-feiras. O Beco está relativamente quieto a essa hora do dia. Ninguém realmente prestou atenção neles.

Severus segura a enorme porta de Gringotes para Harry, permitindo que ele entre.

Instantaneamente os olhos de Harry disparam pelo chão aberto. Ele faz um rápido balanço de todos no prédio e só se deixa relaxar quando tem certeza de que Draco não está lá (pelo menos que Harry possa ver).

No geral, Harry não está muito nervoso para estar em Gringotes. Ele sabe que Draco faz muito trabalho em relação ao banco, mas raramente está no prédio em si. Além disso, a segurança de Gringotes só fica atrás de Hogwarts, e Harry realmente não acha que Draco fará uma cena se eles se virem, muito preocupado em salvar a cara. Harry não pode dizer o mesmo de si mesmo. Ele não tem ideia de qual seria sua reação ao ver Draco. Ele já imaginou isso inúmeras vezes, mas toda vez que começa a pensar em algo inócuo, como encontrar Draco por aí, sua mente se enche de outras memórias e arruína sua linha de pensamento.

Severus coloca a mão gentilmente no ombro de Harry, e Harry percebe que ele está parado no mesmo lugar, bloqueando a entrada, há tempo demais para ser educado.

Harry entra completamente no prédio, e Severus abaixa a mão.

As pessoas ao redor deles estão todas caminhando com um propósito, a maioria bem vestida, e os Goblins estão todos tão irritados quanto sempre. Harry se sente deslocado em suas roupas simples, olhando ao redor, sem saber por onde começar.

Ele só foi a Gringotes algumas vezes, menos ainda se não contar os arrombamentos.

Percebendo a apreensão de Harry, Severus o guia até uma mesa com um Goblin que está olhando para uma folha de papel, rabiscando algo.

O goblin levanta os olhos do seu trabalho momentaneamente, apenas um olhar desviado para Harry, então olha para baixo novamente para continuar com seu trabalho. Severus não diz nada, então Harry apenas fica ao lado dele, tentando encontrar algum lugar para focar seu olhar para que ele não esteja apenas encarando o goblin.

Por fim, ele parece escrever uma palavra final e fecha um grande livro-razão.

— Harry Malfoy? — O goblin olha para ele. O nome é um susto repentino, um bicho-papão erguendo sua cabeça feia. Harry tenta ignorá-lo, legalmente esse é seu nome. É difícil discernir rostos de goblins, já que eles são tão diferentes dos humanos, mas sob o típico olhar de sobrancelhas raivosas, Harry detecta indícios de tédio e exasperação.

— Hum, sim. — Harry agita os dedos.

O goblin apenas o encara.

— Oh, uh, bem, eu estava entrando porque meu marido, Draco Malfoy, uh, bem, ele me disse, eu acho, que meus cofres foram transferidos para o nome dele. Então eu estava pensando como eu poderia possivelmente tê-los de volta no meu. — Harry quer desaparecer no chão de pedra ou usar o vira-tempo com a previsão de ter pensado um pouco no que ele iria dizer quando chegasse aqui, em vez de apenas cuspir as primeiras palavras que ele pudesse pensar.

No Appointment Necessary | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora