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Chego em Londres no dia 23 de dezembro por volta das três da tarde.

Meu pai é quem foi me buscar na estação King's Cross e não paramos de conversar por um segundo sequer, ambos empolgados e morrendo de saudade um do outro.

Contei para ele sobre como Beatrice ficou muito feliz com as poções e ele riu bastante. Pra ele, a poção é algo tão simples... mas ao mesmo tempo, é gratificante ver o quanto Beatrice gostou de algo que ele fez.

"Diga para sua amiga que ela terá estoque infinito, vitalício. Mandarei um frasco grande para ela mensalmente enquanto eu estiver vivo. E depois disso, alguém mandará por mim.", ele disse com empolgação.

Além disso, falamos um pouco de tudo. Eu contei pra ele sobre os meus novos amigos, como as aulas têm sido, como sinto falta de meu irmão em Hogwarts. Ele sabe sobre toda a situação de Sirius, e por vezes tenta tocar no assunto, mas não permito.

Ele também me contou muitas coisas. Os últimos meses têm sido mais tranquilos em relação ao trabalho. Ele e mamãe ainda tem alguns assuntos pendentes, mas poucos. Os dois estão cansados... Eles estão ficando velhos. Já passou da hora de parar de trabalhar o tempo inteiro.

Meu pai também me contou que tem aproveitado o tempo livre para levar a mamãe a encontros românticos. Ele preparou um piquenique perto da torre Eiffel, reservou os melhores restaurantes de Paris, preparou jantares. Papai fala sobre minha mãe como se eles estivessem acabado de começar a namorar. Essa paixão nunca mudou, e eu acho isso absurdo de lindo.

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No dia seguinte, saio com meu pai novamente para comprar algumas coisas que faltavam para a ceia. Ele vai fazer a sobremesa, é sua tradição. Sempre fica ruim, mas ele continua tentando.

Ao entrarmos em casa, deixo as sacolas no canto enquanto tiro meu casaco. Mal termino de pendurá-lo quando sinto braços me puxando por trás e me agarrando com força. Grito rindo enquanto sou rodada, sentindo meus pés saírem do chão.

– Lilice! Merlin, eu achei que iria morrer de saudades de você! – A voz de James já é o suficiente pra esquentar meu coração e me fazer sentir completa como eu não estava há meses.

Desço de seus braços rápido apenas o suficiente para poder abraçá-lo, dessa vez direito. Apesar de estar coberto pelo suéter grosso, consigo perceber como meu irmão está mais forte, um pouco mais musculoso. Apesar disso, ele continua igual, mas com uma feição mais adulta e cabelos menos bagunçados.

– James! – falo alto, abraçando-o tão apertado que parece que posso explodí-lo a qualquer momento – Ficar tanto tempo assim longe de você é tortura. Eu odeio isso, Merlin, que saudade...

E é verdade. Eu costumava morrer de saudade do meu irmão se ficássemos uma semana sem nos ver. Imagine quatro meses!

– Venha, Lily já está aqui! Ela falou de você o dia inteiro. – James fala e começa a tagarelar, dizendo tanta coisa que não consigo nem acompanhar.

Quando chego na sala, Lily vem correndo até mim e me abraça apertado. Merlin, como eu sinto falta disso.

Minha mãe também vem me cumprimentar e me dá um abraço, deixando um beijo em minha bochecha.

Sentamos na sala conversando por alguns minutos, até que escuto a campainha.

– Ah, é Remus! – James fala empolgado enquanto me ajuda a decorar a árvore. O garoto me olha rápido enquanto segura a escada em  que eu estou para colocar a estrela. – Anda, Alice! Vou abrir pra ele.

– Eu abro! – respondo rapidamente, colocando a estrela com velocidade e descendo da escada com um salto para o chão.

Era o terceiro degrau, não era nada demais.

Pontinhas | Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora