Capítulo 14 - Mudanças

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Nos dias seguintes a invasão de Sirius Black, não havia outro assunto no castelo além disso e da fuga
da mulher-gorda. Adhara, no entanto, não estava passando pelos melhores dias de sua vida, a
adaptação a transformação era um processo devagar, o que a deixava muito frustrada, e ela tinha
pesadelos recorrentes com a misteriosa rainha Cassiopeia.

Em seus pesadelos, a rainha havia desistido de tentar fazer um cenário misterioso, tudo o que havia
era um irritante tic-tac de relógio, e ela repetindo sem parar “Chegou a hora, Volte, você sabe o que
fazer.” o único problema é que Adhara não sentia que sabia, ela tinha teorias, mas nada de uma
forma coerente o suficiente para ser dada como verdade absoluta.

Quando ela finalmente venceu a ansiedade, vários dias se passaram como em um piscar de olhos, o
jogo da grifinória havia chegado e partido, tão rápido quanto Sirius Black no dormitório grifinório. Os
grifinórios haviam perdido o jogo, Harry caíra de muito alto, uma sorte que Dumbledore estava
presente para evitar que o seu menino prodígio se machucasse. A vassoura do garoto não teve a
mesma sorte, a amada nimbus 2000 virou farpas de madeira, sem conserto e sem valor algum a não
ser emocional. Harry passou dias para baixo, não havia quem o animasse, ainda que todo o time
constantemente o lembrasse de que não havia sua culpa e que ainda havia chance de ganharem a
taça.

Adhara estava cada vez se sentindo mais diferente, seu temperamento estava começando a parecer
incontrolável, mesmo com as sessões semanais de tutoria com Snape. A garota se sentia de certa
forma desconfortável em sua própria pele, como se a qualquer momento que alguém a olhasse
diferente ela fosse capaz de matar a pessoa, seu humor mudava drasticamente e mais do que nunca,
Harry a irritava profundamente apenas por ser ele, por respirar e andar.

O maldito sonho se repetia, noite após noite, tic-tac, tic-tac...
No final de novembro Addy andava pela escola como se fosse um dos fantasmas, os pesadelos não a
deixavam dormir, suas emoções afloradas não a permitiam relaxar, ela só conseguia calar um pouco
o turbilhão que estava em sua mente quando se transformava em Loba, o que não era muito
frequente. Ela estava indo para o escritório da professora McGonagall pela terceira vez no dia.

- - Senhorita Potter, gostaria de dizer que estou surpresa em vê-la aqui, mas depois da
segunda vez fiz até um chá para nós, aceita? - disse a professora assim que Addy apareceu
na porta.

- - Obrigada. - disse a jovem fazendo que não com a cabeça e se sentando de frente para a
senhora.

- - Certo, o que aconteceu dessa vez?

- - Não podemos pular o sermão? Você tira os pontos, me dá a detenção e ameaça chamar
meus tios?! Iria facilitar muito. - diz a jovem irritada.

- - A senhora. - Corrige McGonagall.

- - Não precisa me chamar de senhora, professora. - O tom insolente impossível de não se
notar.

- - Escuta aqui senhorita Potter, seria muito agradável se a senhorita me tratasse com o
mesmo respeito que eu estou a tratando, aqui não é a sua casa e eu não sou sua mãe.

- - Eu não estou aqui para ser agradável, professora. Se fosse assim vocês teriam me
contratado para ser fantasma e eu não estaria aqui como estudante. Realmente apesar da
sua hipocrisia em apresentar essa escola dizendo que as nossas “casas” seriam nossas
famílias, isso só se aplica a determinados alunos, e pode ficar tranquila professora, eu jamais
a confundiria com a minha mãe, porque até onde eu sei mortos não lecionam
transfiguração.

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