Hermione estava fritando ovos quando Draco entrou na cozinha. Ela ficou surpresa ao ver que ele estava bem acordado, já vestido com uma camisa preta de mangas compridas e calças cáqui.
— Indo trabalhar mais cedo, Draco?
— Não — ele sentou-se em uma cadeira enquanto a observava cozinhar.
— Então por que você acordou tão cedo?
— É o aniversário da morte da minha mãe. Vou visitar a Mansão Malfoy antes de ir para o trabalho — disse ele sério.
Ela não conseguia acreditar que havia esquecido que dia era. Todos os anos, desde a morte de Narcissa, tem sido uma tradição ela e Draco visitarem o túmulo de Narcissa, localizado na Mansão Malfoy.
— Oh. Eu esqueci completamente disso. Tenho estado tão ocupada ultimamente que nem sabia que hoje é primeiro de outubro se você não tivesse me contado — ela transferiu um ovo frito da frigideira para um prato e colocou-o diante de Draco. — Você vai esperar por mim? Vou acompanhá-lo. Só vou me preparar.
— Não há necessidade, Hermione. Eu consigo.
Ela balançou a cabeça veementemente.
— Eu vou com você, furão. Você não tem permissão para recusar minha companhia.
Meia hora depois, os dois aparataram em Wiltshire, onde ficava a Mansão. O enorme tamanho da residência era a única indicação de quão grandiosa ela costumava ser. Os jardins estavam agora abandonados, ervas daninhas cresciam por toda parte e a própria casa parecia uma casa mal-assombrada. Após a segunda guerra bruxa, Draco recusou-se a viver na casa de sua família, alegando que ficar lá só traria lembranças ruins. A casa estava em mau estado porque Draco não se preocupou em gastar com sua manutenção. Eles foram ao túmulo de Narcissa, que ficava perto da outrora magnífica fonte. Draco conjurou um buquê de rosas brancas e colocou-o no epitáfio de sua mãe, enquanto Hermione optou por permanecer em silêncio e limpou o túmulo das ervas daninhas que o cercaram durante o ano passado.
— Já se passaram doze anos — Draco disse silenciosamente, quase sussurrando. — Eu ainda me lembro daquele dia como se tivesse acontecido ontem.
Hermione segurou o braço esquerdo de Draco.
— Está tudo bem em ainda chorar, você sabe. Ela era sua mãe e foi boa para você.
Ele olhou para ela, e era óbvio que estava se esforçando para não chorar. Draco era um especialista em esconder suas emoções, mas todos os anos, neste mesmo dia, ele baixava suas defesas. Foi apenas na frente de Hermione que ele se permitiu tirar a máscara de frieza e autoconfiança que usava todos os dias. Esse hábito anual deles era uma prova de quão próximos eles eram um do outro, uma prova de quanto Hermione entendia quem Draco Malfoy realmente era, uma prova de quão vital a presença de um era para a vida do outro. Finalmente, uma gota de lágrima caiu, embora ele estivesse tentando contê-la. Seguiu-se outra e depois outra, pois ele ainda estava de luto pela mãe, que perdeu a vida ao salvá-lo há doze anos.
— Do que diabos você está falando, Draco? — Lucius Malfoy estava gritando, o rosto vermelho de raiva por algo que seu único filho acabara de sugerir.
— Estou me juntando ao outro lado, pai. E gostaria que você e minha mãe se juntassem a mim — disse o jovem de dezessete anos, segurando a coragem recém-adquirida.
— E o que faz você pensar que eu consideraria essa sua ideia absurda? — A veia na têmpora do Malfoy mais velho estava saliente.
Draco olhou para sua mãe, que estava parada na entrada de seu quarto, antes de responder ao pai.
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Friends and Lovers | Tradução - Dramione
FanfictionDraco estava prestes a fechar a porta quando ouviu a voz de Potter: - É melhor você dizer a Hermione que você a ama, Malfoy, ou eu contarei. Draco Malfoy concluiu que gostava mais de ser inimigo de Harry Potter, um intrometido extraordinário. Traduç...