Era incrível, realmente; que algo tão simples como um sorriso ou um toque da pessoa que você ama pode fazer com que o mundo inteiro ao seu redor se transforme em uma poça irrelevante. Era como se os acontecimentos do dia fossem apenas pequenas distrações ou uma introdução a algo muito melhor que estava por vir, especificamente, esse momento com ela.
Draco sorriu para si mesmo. Foi quase como se fosse a primeira vez que ela o agraciou com sua gentileza.
Ele se lembrou de como a dor e a miséria que sentiu em um sombrio dia de maio se dissolveram no nada quando ele foi envolvido no abraço reconfortante de Hermione, onze anos atrás.
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— Malfoy.
Draco não se preocupou em responder. Em vez disso, ele fingiu não ter ouvido seu nome ser chamado repetidamente, optando por não avisar a chegada da pessoa ao escritório de seu pai. Em vez disso, seu estudo. Agora que Lucius Malfoy estava morto, pertencia a ele, assim como tudo na grande mansão. Sim, Lucius Malfoy estava morto.
Pai e filho se encontraram na Batalha Final em Hogwarts, o que foi inevitável. Foi Lucius quem o perseguiu durante o caos e ele estava mais do que ansioso para matar o fruto de seus lombos. Uma pena, realmente. Os dois bruxos duelaram e Draco saiu vitorioso por causa de seus reflexos mais rápidos. Com tanto ódio quanto pôde reunir, ele relutantemente murmurou a Maldição da Morte um milésimo de segundo antes de Lucius e se esquivou daquele que seu pai enviou em sua direção.
Draco venceu, mas sentiu como se tivesse perdido, pois acabara de matar seu pai. Seu mentor e ídolo desde a infância morreu em suas mãos. Para ele, o assunto definitivamente não era motivo para comemoração, mesmo sabendo que o mundo era um lugar muito mais seguro sem seu pai.
Ele enterrou o rosto nas mãos para esconder o fato de que seus olhos estavam vermelhos devido à irritação de todo o choro que ele fez desde o dia em que a guerra terminou, uma semana atrás, para ser exato. Sim. Ele estava chorando, por mais que detestasse admitir isso. Ele nunca iria na verdade, expressou o fato de que ele ficou emocionado com a perda de seu pai e negaria tais sentimentos caso alguém assumisse. Ele não deveria chorar, pois acreditava que era um sinal de fraqueza, mas desta vez abriu uma exceção. No entanto, permanece o fato de que os Malfoys não deveriam mostrar qualquer indício de vulnerabilidade a outras pessoas.
Assim, enquanto o resto do mundo bruxo, com exceção dos asseclas de Voldemort, estava comemorando sua vitória contra o bruxo mais malvado da história, Draco se trancou na Mansão Malfoy para fugir de olhares indiscretos e chorou o quanto quisesse. Ele chorou pela perda da vida de seu pai, chorou por seu papel na morte do homem e chorou por Narcissa, que lhe demonstrou amor pela primeira vez em sua vida patética, apenas para conhecer sua morte logo depois. Ele chorou pela injustiça de ter nascido em uma família tão disfuncional. Ele chorou pela forma como foi criado, por aquilo em que foi ensinado a acreditar e pelos erros que cometeu no passado. Acima de tudo, ele chorou pelo tratamento cruel que a vida lhe deu. Ninguém deveria jamais ter que passar por nenhuma das coisas que foi sujeito a testemunhar ou participar, nem mesmo seu pior inimigo.
— Malfoy — a voz falou novamente, sem entender a dica não tão sutil de que o loiro queria ficar na solidão.
Draco levantou-se da poltrona que ocupava e virou-se para encarar o intruso.
— Deixe-me em paz, Granger! — Ele rosnou.
Ela pareceu chocada quando percebeu a queda derrotada de seus ombros e a maneira como sua voz parecia vacilar e depois falhar.
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Friends and Lovers | Tradução - Dramione
FanficDraco estava prestes a fechar a porta quando ouviu a voz de Potter: - É melhor você dizer a Hermione que você a ama, Malfoy, ou eu contarei. Draco Malfoy concluiu que gostava mais de ser inimigo de Harry Potter, um intrometido extraordinário. Traduç...