Capítulo 16

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Draco estava em seu quarto na Mansão Malfoy, sentado em silêncio na beira da cama e tentando ignorar os sons do corredor que indicavam que o Lorde das Trevas havia feito da Mansão Malfoy seu quartel-general. Ele suspirou pesadamente. Ele não conseguia dormir muito ultimamente, pois era frequentemente visitado pela memória de Dumbledore em seus sonhos.

— Você não é um assassino... Venha para o lado certo, Draco... eu posso te ajudar, Draco...

Draco suspirou mais uma vez. Já se passaram quase quatro meses desde a morte de Dumbledore, mas Draco ainda estava atormentado pelo que aconteceu naquele dia na Torre de Astronomia. Ele quase aceitou a oferta do falecido diretor e não pôde deixar de se perguntar o que teria acontecido se os Comensais da Morte não tivessem chegado naquele momento.

— Venha para o lado certo, Draco...

Seis palavras. Seis palavras que causaram noites sem dormir em Draco nos últimos meses. Essas e a visão das atrocidades cometidas pelos seus colegas. Draco riu amargamente. Colegas. Certo. Ele definitivamente não estava aliado aos Comensais da Morte do Lorde das Trevas. Depois de experimentar o quão difícil era matar alguém, Draco concluiu que apenas pessoas desprezíveis poderiam acabar com a vida de outra pessoa sem pestanejar. Draco não conseguia acreditar como sua missão o havia mudado. Apenas alguns meses atrás, ele estava cheio de orgulho ao ser marcado como um dos Comensais da Morte do Lorde das Trevas, mas agora ele daria qualquer coisa para se livrar da marca feia em seu antebraço esquerdo.

Seu devaneio silencioso foi interrompido pelo som da porta se abrindo. Ele virou a cabeça rapidamente e viu que era Severus Snape quem acabara de entrar em seu quarto. Draco levantou-se e encarou seu padrinho, que ultimamente era conhecido como o assassino de Dumbledore. Desnecessário era dizer que Draco o odiava.

— O que você quer? — Draco estalou.

— Uma palavrinha com você, Draco.

— E se eu não quiser falar com você?

Snape fechou a porta atrás de si e lançou um feitiço silenciador.

— Não importa se você quer falar comigo ou não, jovem Sr. Malfoy. Nós conversaremos, goste você ou não. — Ele avançou até onde Draco estava e olhou nos olhos dele. — Você vai me contar o que Dumbledore disse para você na Torre de Astronomia.

— Eu não sei do que você está falando. — Draco desviou o olhar, incapaz de encarar os olhos negros do bruxo mais velho.

— Dumbledore disse algo para você, Draco. Eu sei. Tenho observado você desde aquele dia na Torre de Astronomia e vi as mudanças em você. Dumbledore tentou persuadi-lo a mudar para o lado deles?

Draco deu as costas para seu padrinho.

— Ainda não sei do que você está falando.

Snape agarrou seus ombros com força e virou Draco para encarar seus olhos mais uma vez.

— Você é um péssimo mentiroso, Draco. Eu o conheço há tanto tempo que posso lê-lo como um livro. As mudanças em você são tão óbvias que estou disposto a apostar que o Lorde das Trevas percebeu. Você tem sorte de ser adepto da Oclumência, ou então ele já estaria ciente de seus pensamentos, dos quais tenho certeza que o Lorde das Trevas não gostará.

— Você não tem ideia! — Com toda a sua força, Draco se livrou do aperto de Snape e colocou uma distância segura entre eles. Ele estava tremendo de medo e raiva combinados.

— Eu não? Então por que você está tremendo tanto agora, mais pálido do que o normal e incapaz de encarar meu olhar? Estou certo sobre minha teoria, Draco. Admita e me conte o que aconteceu na Torre de Astronomia.

Friends and Lovers | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora