Capítulo 15

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Muitos murmúrios e resmungos foram ouvidos quando Remus Lupin disse aos outros membros da Ordem para saírem. Potter ainda estava olhando para o bruxo loiro com cautela, ainda não convencido de que Malfoy não estava fazendo nada de bom. Assim como o ex-professor de DCAT estava prestes a seguir os outros membros, Potter gritou e lhe pediu para ficar.

Draco sorriu e sentou-se em um sofá que já tinha visto dias melhores. Ele cruzou os braços e ergueu a sobrancelha esquerda.

— O que você está esperando? Vamos acabar logo com isso.

Tanto Potter quanto Lupin ficaram na frente dele, sua postura indicando que não estavam baixando a guarda. Sério, não era como se ele fosse o assassino mais notório – ou, neste caso, o Comensal da Morte – do mundo. Ele não conseguiu nem matar Dumbledore e seu pai, e teve oportunidade suficiente. Draco ficou lisonjeado por ter conseguido deixar os dois bruxos cautelosos.

— Fale — disse Potter.

E Draco falou.

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Draco teve sua cota de momentos de covardia, mas nunca sentiu tanto medo quanto naquele momento. Ele tinha o diretor de Hogwarts, Albus Dumbledore, na ponta da varinha, mas não conseguiu murmurar as palavras da Maldição da Morte e executar o que o Lorde das Trevas o instruiu a fazer. A mão de sua varinha tremia e ele tentava conter as lágrimas que ameaçavam cair, provocadas pelo medo que estava sentindo. Ele estava com medo de falhar em sua missão, pois isso equivaleria ao desprezo do Lorde das Trevas e ao perigo para sua família. Essa era a oportunidade para a família Malfoy cair nas boas graças do Lorde das Trevas mais uma vez, mas Draco não conseguiu reunir coragem para matar o velho murcho à sua frente. Sua missão estava indo bem, até aquele momento. Foi então que ele percebeu que não tinha estômago para acabar com a vida de outra pessoa, por mais podre que ela tivesse sido durante sua vida.

— Há pouco tempo, de uma forma ou de outra — disse Dumbledore, permanecendo calmo apesar da ameaça à sua vida. — Então vamos discutir suas opções, Draco.

— Minhas opções! — Ele gritou. — Estou aqui com uma varinha... estou prestes a matar você.

Ele estava tendo dificuldade em se convencer.

— Meu querido garoto, não vamos mais fingir isso. Se você fosse me matar, teria feito isso quando me desarmou pela primeira vez. Não teria parado para esta conversa agradável sobre formas e meios.

Foi necessária toda a força de vontade de Draco para evitar chorar como um bebê pelas palavras do diretor, que atingiram o alvo. Em vez disso, ele disse:

— Não tenho nenhuma opção! Tenho que fazer isso! Ele vai me matar! Ele vai matar toda a minha família!

Draco ficou mais branco do que o normal ao dizer essas falas, finalmente admitindo seus medos para Dumbledore.

— Compreendo a dificuldade da sua posição. Por que outro motivo você acha que não o confrontei? — Dumbledore disse algo sobre não tentar falar com ele porque era provável que o Lorde das Trevas usasse Legilimência nele, mas o que ficou gravado na mente de Draco foram as palavras: — Eu posso te ajudar, Draco.

— Não, você não pode. Ninguém pode. Ele me disse para fazer isso ou me mataria. Não tenho escolha.

Desta vez, a mão do loiro tremia tanto que ele não conseguia acreditar que isso fosse possível.

— Venha para o lado certo, Draco, e poderemos escondê-lo mais completamente do que você pode imaginar. Além do mais, posso enviar membros da Ordem para sua mãe esta noite, para escondê-la da mesma forma. Seu pai está seguro no momento em Azkaban... quando chegar a hora, poderemos protegê-lo também... venha para o lado certo, Draco... você não é um assassino...

As palavras de Dumbledore faziam muito sentido para ele, mas Draco ainda tentava fazer com que o velho bruxo e ele mesmo acreditassem que ele poderia matar. Quando o velho bruxo disse que Draco estava à sua mercê e não o contrário, Draco não falou. Ele manteve a varinha apontada para Dumbledore enquanto considerava a oferta do velho bruxo. Dizer "sim" poderia significar liberdade do controle do Lorde das Trevas e, ao mesmo tempo, ele e sua família certamente se encontrariam ao lado de Harry Potter na lista de alvos do Lorde das Trevas.

Foi uma decisão difícil de tomar. Parecia que a eternidade havia passado antes que ele tomasse sua decisão. Ele estava prestes a largar a varinha quando ouviu passos atrás dele. Comensais da Morte. Draco nunca ficou tão desapontado em sua vida.

Tudo ficou confuso para ele enquanto os Comensais da Morte trocavam palavras com o Diretor. Quando alguém lhe ordenou que matasse Dumbledore, ele agarrou sua varinha com força e tremia tanto que não conseguia mirar, mesmo que sua vida dependesse disso. Ele não poderia matar Dumbledore.

Então, Severus Snape chegou.

— Severus... — Dumbledore disse, encostado na parede e implorando. Snape caminhou em direção ao velho bruxo, empurrando Draco para o lado no processo. — Severus... por favor...

O que Dumbledore estava implorando, ele não sabia.

— Avada kedavra!

Luz verde foi emitida pela varinha de Snape e, sem mais nem menos, o grande e sábio Diretor de Hogwarts estava morto. E Draco sentiu que sua esperança de salvação morreu junto com Albus Dumbledore.

Friends and Lovers | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora