Capítulo 20

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— Drakie-poo...

Draco gemeu, sonolento, e cobriu o rosto com um travesseiro. Com os olhos ainda fechados, ele sentiu um cheiro. Rosas? Seus travesseiros não cheiravam a rosas.

— Drakie-poo...

Ele conhecia aquela voz! Draco abriu os olhos, apenas para encontrar a escuridão, enquanto o travesseiro com aroma de flores ainda cobria seu rosto. Seu corpo ficou imóvel de puro horror. Havia apenas uma pessoa que o chamava por aquele apelido ridículo. Será que ela havia voltado a ser obcecada por ele? Draco sentiu um dedo subindo e descendo pelo seu braço. Os pelos da nuca se arrepiaram. Se estivesse sonhando, que alguém o acordasse agora. O dedo, que antes estava em seu braço, viajou até o ombro esquerdo e chegou ao peito.

— O quê... — Draco finalmente se mexeu, não se permitiria ser molestado, e quando ele tentou falar, a voz feminina interrompeu:

— Claro que sou eu — disse alegremente. — Quem você pensava que eu era? Pansy?

— Ninguém me culparia. Você parecia exatamente como ela! — Ele sentia o pânico tomar conta, porque a ideia de Hermione se passando pela ex-bruxa da Sonserina o assustava mais do que imaginar Pansy tentando conquistá-lo de novo. — Meu Deus, pensei que estava tendo um pesadelo.

Hermione riu, dando-lhe um soco no braço, não tão gentilmente.

— Você está exagerando. Pansy é uma ótima dama.

Draco cobriu o rosto com o travesseiro novamente.

— Não foi você quem gastou incontáveis horas elaborando planos para evitar a mulher pegajosa que ela costumava ser.

— Certo — ouviu Hermione dizer. A cama afundou um pouco quando ela se sentou ao lado dele. — De qualquer forma, você tem que se levantar. Vai se atrasar para o trabalho.

— Estou pensando em não aparecer hoje. Sua cama é muito confortável. Não quero sair dela — disse, a voz abafada pelo travesseiro, mas Hermione entendeu mesmo assim.

— Tenho certeza de que muitas pessoas estão esperando sua chegada no escritório.

Com toda a força, ela o empurrou para fora da cama. A ação dela foi inesperada e ele caiu no chão com um baque surdo, levando consigo o travesseiro e os lençóis. Seus olhos lançaram punhais na bruxa, que ria às suas custas. Ele a viu enxugar as lágrimas de alegria dos cantos dos olhos e, segundos depois, ela sorriu para ele, irradiando felicidade.

— Bom dia, Draco!

Apesar de ter sido assediado enquanto ainda estava meio adormecido e caído da cama, Draco se forçou a sentar e retribuiu o sorriso radiante de Hermione.

— Bom dia, meu amor. — O carinho escapou dos lábios de Draco de forma natural naquela manhã. Quando percebeu o que acabara de dizer, virou a cabeça para encarar a parede azul, desejando bater a cabeça contra ela.

O sorriso de Hermione deu lugar a um olhar confuso.

— O quê?

Draco se levantou, pegando as coisas que haviam caído com ele.

— Eu disse bom dia — deu de ombros, tentando soar indiferente, apesar de saber o que ela realmente queria perguntar. — O que há para o café da manhã?

Mais tarde, Draco recostou-se no sofá, relaxou os músculos tensos e fechou os olhos.

— Ah, maravilhosa tarde de domingo — suspirou, satisfeito. Estava começando a cochilar quando ouviu passos vindo em sua direção. Abriu um olho e viu Hermione parada na frente dele, carregando uma sacola em cada mão.

Friends and Lovers | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora