Capítulo 2

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JUNGKOOK 

Dirigia em alta velocidade.

A pista estava escorregadia e meu casaco não era suficiente para impedir que meu corpo esfriasse.

"JungKook."

— Quer me matar, mulher? — Xinguei ao ouvir seu sussurro perto da minha orelha.

"JungKook."

Agitei a cabeça e continuei dirigindo.

Nem mesmo quando vi seu espectro surgir na frente da estrada parei.

Atravessei por ela como se fosse uma neblina, e ela se desfez no ar.

"JungKook."

Ouvia-a, sentia-a e vivia vinte e quatro horas com sua presença.

No início foi insuportável, eu quase enlouqueci e tentei o suicidio três vezes.

Em nenhuma dessas tentativas obtive sucesso.

Eu era um condenado dela.

Antes de partir, prendeu minha alma na sua e não havia nada ou ninguém que pudesse me matar, apenas ela.

Sua presença era tão poderosa que a sentia na garupa da moto, agarrada à minha cintura.

Fazia cinco anos que eu vivia esse inferno e, quanto mais me aproximava do fim, mais poderosa ela se tornava no meu subconsciente.

Estacionei a moto junto a outras perto da taberna velha, um bar na estrada, localizado nas montanhas geladas e frequentado apenas por vampiros.

Um lugar frio, inóspito e sombrio, no fim do mundo.

Sacudi meu casaco e bati as botas no gelo para quebrar as camadas que haviam se formado nelas.

Suspirei pesadamente ao ver a frente da taberna, tão velha e descuidada, feita de madeira.

A porta foi aberta e alguém foi chutado para fora, desviei do corpo e entrei no lugar.

Não era quente, mas o fogo no fim do cômodo trazia um conforto melhor que o gelo que cobria tudo do lado de fora.

Marchei para o balcão, alguns homens se afastaram e me sentei no banco.

— Já sentiu falta da nossa bebida? — O dono esbravejou, cutucando o dente com um palito.

Era um vampiro de trezentos anos, viveu e viu coisas que com certeza lhe davam grandes vantagens em comparação aos outros.

— Uma bebida. — Pedi, pondo as mãos em cima do balcão.

Não estava muito lotado, provavelmente devido ao fato de ainda ser cedo.

— Na cidade, só falam da sua família, muito grandiosa para o nosso pequeno fim de mundo.

— Não duvido.

Despejei as duas doses na boca que desceram queimando a garganta.

Aqueles merdas odiaram a cidade e infelizmente para a má sorte deles, eu mando no clã do Norte.

Ou me obedecem ou me matam, e seria uma honra se tentassem me matar e eu realmente morresse.

A morte seria tão bem-vinda para mim... eles nem imaginam.

Mas é impossível morrer, já tentei esse ato e não obtive sucesso.

Pousei o copo no balcão e direcionei o olhar para o animalzinho assustado no canto.

Predestined to Vampire - Jikook (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora