Capítulo 17

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JIMIN

Ele continuava na frente da casa, sem se mover.

Eu sabia que poderia me conectar para ver o que se passava em sua mente, mas tinha medo de encontrar rejeição.

— Vá dormir, Jimin, já é tarde. JungKook é um soldado de guerra, ele não gosta de ser manipulado, faz parte de sua natureza. Ele tomará a decisão correta em algum momento.

"Ele é nosso", meu lobo rosnava na minha mente.

Aprendi a controlá-lo, a entender meu lado vampiro.

Aprendi muito durante essas semanas: os prazeres da vida, meus medos, raivas, tristezas e desejos.

Sentia seu cheiro mesmo de longe, queria abraçá-lo e provar seu sangue, pois nos pertencemos.

Afastando-me da janela, fui para o quarto.

Sentei na cama e fiquei olhando para a porta.

"Chame-o", dizia o lobo.

Neguei com a cabeça.

Não quero forçá-lo a vir, mesmo que o lobo o queira.

"Ele virá, só chame."

Continuei negando.

Se ele entrar por aquela porta, que seja por vontade própria e não porque eu o forcei.

Fiquei um bom tempo admirando a porta e nada.

Nem mesmo o barulho da sua moto se distanciando ocorreu.

Então, deitei-me e me encolhi em solidão.

Antes de me transformar, era como se eu não percebesse os sentimentos, nem ruins nem bons.

Após a transformação, vivo todos intensamente e, às vezes, são sufocantes a ponto de eu desejar chorar muito.

O lobo continuava arranhando minha mente, querendo me obrigar a chamá-lo, a trazê-lo à força para mim.

Esforcei-me para fechar os olhos e me acalmar, mexendo-me inquieto na cama, até que meus olhos pesaram e comecei a cochilar.

— Não te chamo de animalzinho para ofender. — Tomei um susto tão grande que pulei da cama e me sentei. Ele havia entrado, e eu quis sorrir, mas vi seu rosto fechado e sem expressão. Tentei me conectar aos seus pensamentos, mas não havia nada. — Nem de criança por te considerar uma. Faço isso para resistir a você. — Ele estendeu a mão e a colocou no meu rosto. Fechei os olhos como um animalzinho que gosta de carinho. Sua mão era grande e tão macia para mim. — Eu te desejo, Jimin.

Sentir o cheiro de sangue na sua mão me fez tirá-la do meu rosto.

Toquei no machucado causado pelas minhas unhas, não queria feri-lo.

Então, passei a língua no sangue para que curasse rápido.

Ele suspirou com minhas ações e gemeu quando lambi pela segunda vez.

— Jimin, eu quero você. — Ele se inclinou sobre mim e eu engoli em seco, deitando a cabeça no travesseiro com seus lábios próximos aos meus. — Me conte seus segredos. — Seus olhos eram tão persuasivos e charmosos, estavam amarelados e seu tom de voz mais grosso. — Me permita entrar na sua mente e descobrir quais são os seus segredos. — Meu coração bateu forte e pus a mão em sua bochecha, acariciando. Ele sorriu. — Eles têm razão, sou um tolo. Quis acreditar que você era uma criança ou um animal assustado. Metade lobo, metade vampiro, com rosto delicado. Tudo que eu pensei que não poderia ser, você é: um delicioso homem.

Ele baixou os lábios e eu apertei as pálpebras, achando que me beijaria, mas desviou da minha boca.

Estremeci ao sentir seus lábios em meu pescoço.

Cheirou-me e suas presas deslizaram pela minha pele.

Eu rosnava deliciosamente por dentro, derretido por ele, querendo que cravasse suas presas ali e me tomasse para si.

Ele agarrou minha cintura e me puxou para cima, colocando-me em seu colo.

— Você me deseja, Jimin? — Deslizou os dedos por dentro do meu short e arfei ao sentir suas mãos segurando e pressionando minhas nádegas.

JungKook também estava excitado, eu sentia-o, sentia seu aroma delicioso, seu prazer e tinha vontade de saboreá-lo.

"Ele é nosso."

— Só uma provadinha. — Beijou meu pescoço, e convulsionei ao sentir suas presas entrando na minha carne. Involuntariamente, enfiei as unhas nas suas costas, amando a sensação de sugar meu sangue e me provar. Estava derretido em seus braços. Quando soltou meu pescoço e passou a língua pelos lábios para limpar o sangue, sorriu. — Estamos predestinados à morte, Jimin, porque você quis assim.

Seus olhos, suas palavras, o sangue, ele...

Afastei-me dele e, com os olhos arregalados, protegi meu pescoço.

—Meu animalzinho assustado, aguentel por anos a cadela na minha cabeça e a culpei por essa maldita ligação, mas desde o início era você. — Grudei as costas na parede e me faltou ar. Ele se levantou da cama e sorriu. — Você me usou, manipulou e fez desses últimos dias da minha vida um inferno. — Veio até mim e segurou meu pescoço, prensando-me contra a parede. Faltou-me ar. — Vamos morrer juntos, Jimin. — Apertou tanto meu pescoço que quase o quebrou, ainda tentei enfiar as garras nas suas mãos. — Primeiro matarei você, depois esperarei minha morte com uma bela bebida. Você não devia ter me manipulado, animalzinho. — Eu sacudia as pernas e tentava gritar por ajuda. — Animalzinho desprezível, é isso que você é.

Tudo escureceu quando o ar me faltou, mas voltei a respirar ao ser solto e ver seu corpo ser jogado contra o armário pelo lobo.

— JungKook, você enlouqueceu? — Jin veio ao meu socorro, abraçando-me no chão, enquanto minhas lágrimas caíam e eu massageava meu pescoço.

JungKook não respondeu nem lutou contra o Namjoon, apenas fugiu.

Me agarrei a Jin e deixei as lágrimas caírem ao entender que ele realmente me mataria.

Era como se não fosse aquele homem que me tirou da taberna, cuidou de mim e me trouxe para a alcateia.

Meu predestinado quebraria meu pescoço.

Predestined to Vampire - Jikook (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora