Capítulo 6

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JUNGKOOK 

Estávamos na estrada há mais de duas horas e ele dormiu durante toda a viagem.

Tive que tirar o cachecol do seu pescoço e amarrá-lo em mim para que não caísse.

Despertou somente quando estacionei a moto.

— Vamos comer algo quente, não quero que você congele.

Desamarrei-o da minha cintura e desci.

Achei-o a coisa mais fofa ao bocejar e sacudir a cabeça enquanto retirava o capacete.

Seus cabelos extremamente pretos e lisos caíram pelo seu rosto, então, tirei alguns fios da sua testa.

Segurei sua mão e fomos para dentro da loja, era uma cidade bem movimentada.

Ao empurrar a porta, um sino chacoalhou e algumas cabeças se viraram e me inspecionaram, depois se demoraram no garoto.

Não podia me surpreender pela forma como o olharam.

Ele era singular demais para não chamar a atenção.

— Imagino que nunca tenha comido nada assim. Vou pedir algo quente. Sente-se aqui. — Coloquei-o em uma cadeira e me acomodei à sua frente, batucando os dedos no tampo da mesa.

Uma moça veio nos atender e fiz o pedido.

— Gosto de alimentos humanos, principalmente desde a ligação. Não me fortalece, mas eu gosto. — Ele ouvia-me com atenção e não manifestava uma única ação. — A bruxa não se aproxima quando você está muito perto, então fique pertinho de mim, assim terei um momento de paz. — Ri dos seus olhinhos assustados e cocei meu queixo.

— Eles acham que somos pai e filho. — Expliquei sobre os humanos ao nosso redor. — É, você poderia ser meu filho. É uma criança. Será que não fala devido à mistura de raças ou pelos traumas? Deixe-me ouvir você, Jimin, só um pouquinho?

Ele nem piscava ao me encarar.

Era como se eu lhe pedisse algo que ele não entendesse.

— Obrigado! — Agradeci à moça que deixou dois copos de chocolate quente e pães na mesa. — Este você pode pegar com as mãos. — Orientei e ele prontamente obedeceu, mas soltou rapidamente quando queimou os dedos. Ri da sua atitude inocente. — Me dê aqui.

Tomei seus dedos nos meus e os assoprei.

Nós nos olhamos e aos poucos vi como seus olhos se acalmavam ao meu lado, começando a sentir a ligação, a se conectar comigo, a me necessitar, mesmo sem entender por que podia confiar em um ser estranho.

Com a vermelhidão dos dedos sumindo, meneei a cabeça na direção do pão, ele voltou a pegar.

Desta vez, mais frio, conseguiu comer.

Havia passado muita fome e via-se seu semblante contente por comer coisas gostosas.

Levei a xícara aos lábios e ele tomou o chocolate.

— Isso é um sorriso? — Brinquei ao ver seus lábios curvados delicadamente ao provar o líquido. Ele baixou a cabeça, envergonhado. — É a primeira vez que sorri. Tem um belo sorriso.

Toquei seu nariz com carinho.

Vendo que ele comia com tranquilidade, comecei a comer também.

Ele devorava sua parte com muita atenção, enquanto eu dividia o meu foco entre as pessoas que nos assistiam, ele e a comida.

Quando terminei, esperei.

Ergueu a cabeça e me avaliou.

— O que? — Indaguei.

Predestined to Vampire - Jikook (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora