𝗗𝗘𝗭𝗢𝗜𝗧𝗢

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𝗔𝗟𝗔𝗡𝗘 𝗗𝗜𝗔𝗦

Fui burra mais uma vez. Acreditar no Wagner foi um erro, como ele consegue ser tão descarado? Uma decepção. Mas o desgraçado é bom de cama. Admito.

Não nego que eu tava feliz ao lado dele. Adorei fazer compras e passar o dia com ele, mas, infelizmente, tudo que é bom dura pouco.

Cheguei no meu ape devastada e desacreditada, tava com pressa de vazar dali, então comprei a passagem para Belém do Pará no mesmo dia, o voo sairá às 14:30 da tarde.

Enquanto não dava o horário: peguei algumas malas e coloquei só o necessário porque tenho uma casa no Pará, tudo o que eu preciso tá lá, ou quase tudo.

Deixei o meu celular no modo avião para não ser incomoda por ninguém, principalmente por ele.

Fui para o Aeroporto Santos Dumont meia-hora antes do embarque com a minha cachorrinha, Liz. Não vou para lugar nenhum sem ela. Ela é a minha companheira.

A hora passou logo. Quando parei de pensar por alguns segundos sobre tudo que aconteceu, e que está acontecendo, já tava dentro do avião decolando.

Será que isso vale à pena?

Me perguntei, confusa. Olhei pela janela do avião, a vista que eu tinha era linda.
Se eu ficar, o Wagner com certeza vai vir atrás de mim com mil desculpas e, em algum momento, vou me foder de novo.

Estou indo embora justamente para ficar longe dele e isso nunca mais acontecer. Estou cansada de ser magoada por ele.

Uma lágrima escorre e eu limpo logo. Não quero derramar mais nem uma lágrima por ele.

Era 5h da tarde quando cheguei na minha terra: Belém do Pará. Respirei fundo o ar fresco, o vento balançava os meus cabelos. Eu tava decidida que esse será um novo começo.

Peguei um taxista de aeroporto, ele colocou as minhas malas na bagagem do carro, agradeci. Falei o endereço da minha casa para ele e ele dirigiu, fomos conversando tranquilamente o percurso todo.

Viramos em uma rua e eu já sabia que estava chegando.

— Estamos chegando em casa minha princesa — falei para a Liz no meu colo, fazendo carinho nela.

Ela me olhou abanando o rabo e eu ri sabendo que ela tá feliz.

O homem parou em frente a minha casa, desci do carro, peguei as minhas malas com ajuda dele e agradeci. A corrida já tava paga.

Soltei a Liz assim que entramos, ela saiu doida correndo pela casa. A casa é bem espaçosa, o quintal é enorme, tem espaço de sobra para ela correr e brincar.

Claramente a Liz tá feliz, diferente de mim. Eu tava triste por causa do que aconteceu. Amo o Wagner, admito. Mas depois do que aconteceu, eu quero tirá-lo do meu coração, esquecê-lo.

Sei que não é fácil, pois tudo, ou quase tudo, até mesmo o pouco que vivemos, ainda está dentro de mim. Além disso, ele é um homem que deixa marcas, literalmente.

Independente de tudo isso, estou animada para reencontrar as minhas amigas e meus amigos, e ir à lugares que eu sempre gostei de ir.

𝗠𝗘𝗨 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗡𝗧𝗘   Onde histórias criam vida. Descubra agora