𝗠𝗘𝗨 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗡𝗧𝗘

𝗩𝗜𝗡𝗧𝗘 𝗘 𝗗𝗢𝗜𝗦

𝗔𝗟𝗔𝗡𝗘 𝗗𝗜𝗔𝗦

As lágrimas escorre incessantemente molhando o meu rosto. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo; Wagner foi embora porque descobriu que eu fiquei com carrao. Estou destruída e com o coração partido em mil pedaços.

Eu não queria que nada disso acontecesse, eu não achei necessário contar pra ele que eu fiquei com carrao porque sabia que isso não daria bom, mas já que ele descobriu, eu tenho que arcar com as consequências.

Pela primeira vez, senti na pele o que Wagner sentiu, quando eu deixei ele 'sozinho' na sua casa e fui embora.

É tão doloroso.

Seco as lágrimas, pego meu celular para ligar para ele mas, infelizmente, fui bloqueada.

— Eu não acredito que ele me bloqueou! — falo com a voz embargada.

É o fim? Engoli em seco, segurando o choro que insistia voltar, abro o Instagram e procuro pelo seu perfil; não aparece nada!

— Ai meu Deus, por quê ele me bloqueou? Se  ficar longe já é doloroso, tá bloqueada de tudo é mais ainda!

De volta ao quarto, me jogo na cama, emocionalmente destruída. Só de pensar que 'nunca' mais vamos nos ver de novo e nos falar, me parte o coração. Eu amo tanto aquele homem!

As lágrimas voltam a rolar e molhar o meu rosto; acabei adormecendo de tanto chorar, consegui esquecer por algumas horas tudo que aconteceu. Mas, no dia seguinte, durante o banho de manhã, as palavras do Wagner retornaram fortemente na minha cabeça.

Ele foi tão grosso, ignorante, mal-educado comigo que fiquei chateada. As suas palavras grosseiras rodeiam a minha cabeça, me fazendo lembrar de toda confusão de ontem, o meu coração aperta.

As lágrimas se misturam com a água morna do chuveiro e as levam embora. Eu queria que essa água também levasse toda dor que estou sentindo.

Após terminar o banho, chamo um Uber. Enquanto ele não chega, coloco uma roupa comum, arrumo duas malas rapidamente, faço um contorno ao redor dos olhos para as pessoas não perceberem os meus olhos inchados de tanto que eu chorei ontem, compro uma passagem on-line pro Rio de Janeiro e, assim que a compra foi realizada, ouvi uma buzina.

É o Uber.

Eu pego a Liz no colo e arrasto as malas para fora, o motorista faz a gentileza de me ajudar, colocando-as na bagagem. Agradeço gentilmente, abro a porta de trás e entro no carro, que emana um ar de conforto.

O cara dirige até o aeroporto. Durante o trajeto eu fico pensando em tudo o que aconteceu ontem; e se fosse diferente? E se eu tivesse contado? E se eu não tivesse pedido para ele ler a mensagem?

Esses "e se..." me tortura psicologicamente. Acredito que eu podia ter feito diferente, ou não. As coisas devem acontecer como tem que acontecer.

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Após passar 3h dentro de um avião, estou finalmente em terras cariocas, o meu apartamento continua o mesmo, já tava com saudade. Enquanto desfazia a mala, meu celular tocou, peguei no bolso da minha calça e o nome 'Humberto' brilhava na tela.