Não fazia ideia de quantas horas haviam se passado, mas eram muitas se considerasse o tempo que estava trancada naquele quarto e o meu único motivo para não estar arrependida em ter seguido Raymond naquela noite, foi ter encontrado o Kal, mas o nosso futuro naquelas horas, parecia meio incerto.
Milhares de coisas se passaram pela minha cabeça, embora tivesse enviado a minha localização a Maddie, deixei o celular no carro, por segurança e até que descobrissem onde eu estava, Ray ganharia tempo e eu se quer podia imaginar o que ele estava tramando.
O sistema de aquecimento da casa parecia estar defeituoso, havia um cheiro estranho e o ar era pesado. Tentei ver se no banheiro da suíte havia alguma janela de ventilação, para tentar passar por ela, mas era inexistente e mesmo se tivesse, não escaparia dali sem o Kal, mesmo que para pedir ajuda.
Raymond havia desaparecido, não sabia se continuava na casa ou não, o bairro era extremamente silencioso então supus que não estivesse em casa, não se ouvia barulho algum o que tornava o ambiente ainda mais assustador. O que me restava, era sentar e esperar até que o louco do meu vizinho resolvesse aparecer e me preparar para dificultar os seus planos, fossem eles o que fossem.
Sentei na cama e abracei os meus próprios joelhos, meu corpo estava trêmulo em um misto de medo e frio. Kal subiu na cama de solteiro e encostou-se em minhas pernas, passei a fazer-lhe carinho, imaginando que o pobre, também devia estar morrendo de medo e por sorte, pelo menos Raymond se dignou a colocar comida e água para o bicho.
A vida sem tecnologia era mesmo um caos, se eu estivesse com o meu celular, certamente tudo seria um pouco mais fácil, contudo, me senti vulnerável e temente pela minha vida ou do Kal, mesmo tentando pensar que Raymond não nos faria mal, lembrei de quantos casos horríveis acompanhamos nos noticiários todos os dias, definitivamente eu não queria ser mais uma nas estatísticas.
Um pouco mais e ouvi um barulho de uma porta sendo batida, em seguida, a fechadura do quarto em que eu estava girou, abracei Kal com um pouco mais de força e o puxei para mim
- Alice, querida!
Raymond estava de volta, nas mãos algumas sacolas
- Como foi sem mim aqui? Gostando da estadia?
Perguntou sorridente, era como se nada tivesse acontecido e seu cinismo me deixou perplexa
- Como é capaz de me fazer esse tipo de pergunta, quando me deixou aqui trancada?
- Você veio por conta própria, eu não te sequestrei!
Falou simplesmente, enquanto retirava das sacolas água, suco e um lanche
- Você está me mantendo aqui contra a minha vontade! Isso é cárcere privado!
Levantei da cama e me aproximei dele. Rapidamente Raymond bateu o pé contra a porta a fechando
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Refúgio no amor (Vol. 2) A descoberta
RomanceChristian ver Alice escapar por entre os seus dedos e isso torna a sua vida em um perfeito caos. Ele precisa lidar com tudo o que sente e descobrir sobre o que tanto o aterroriza, seus próprios sentimentos. Descrente do amor e na busca incessante po...