Achar palavras para descrever a dor que se alojou em meu peito ao ver a minha Alice partir, não permite ser descrita e naquele momento, queria poder arrancá-la do meu peito com a mão. Não era possível doer mais que aquilo, nada havia me machucado tanto quanto vê-la aceitar o nosso fim.
O meu mundo estava literalmente desabando sobre a minha cabeça, a dor era tamanha que para conseguir arrancar com o carro de onde a deixei, deu trabalho. Por alguns minutos fiquei refletindo sobre o que fazer, estava perdido e era a primeira vez que tão perdido.
Entretanto consegui chegar em casa, mas ainda de dentro do carro, percebi a movimentação estranha logo no rol de entrada. De longe observei uma Flora agitada, que parecia ansiosa pelo meu retorno.
Assim que desci do carro, ela veio quase correndo ao meu encontro. Olhos estupefatos me encaravam e ela caminhou sobre a neve que se acumulava no jardim, com dificuldade
- Senhor! Que bom que chegou!
Exclamou aflita e todos os meus alertas foram acionados. Eu já tinha problemas a minha espera, logo percebi
- O que houve, Flora? Por que esta tão nervosa?
Questionei a mulher que agoniada segurou as minhas mãos
- O Kal, senhor! Ele sumiu!
Levei segundos que pareciam uma eternidade para processar aquela informação. E eu pensando que nada poderia piorar
- O meu cachorro?
Sibilei, angústia tomando o meu peito com tamanha força
- Sim, senhor! Cheguei hoje e não o encontrei!
- Como não? Ontem o deixei em casa! O alimentei antes de sair!
Eu praticamente gritei
- Ninguém sabe dele, senhor! Tentei te ligar, mas o seu celular estava desligado!
Cada vez mais o desespero me tomava. Kal era como um ente querido
- O que Ava diz sobre isso? Ela está em casa?
- Alega não saber nada, senhor
Passei por Flora feito um furacão. Caminhei rapidamente até o interior da casa, já chamando pelo seu nome, ela teria que me dar explicações, um cachorro não some do nada
- Ava!
Gritava sem me importar com nada, a primeira a pular do sofá foi a sua enfermeira. Logo depois, olhos assombrados me encararam
- O que significa isso, Christian?!
A mulher que também não falou baixo, me questionou afobada
- O meu cachorro? Onde está?
Gritei já perto dela, muito perto e a enfermeira se meteu entre nós
- Está louco? Eu não sei do seu cachorro! Se não tivesse fugido da festa ontem com aquela vadia, saberia dele! Mas resolveu fugir com a sua amante e me deixar plantada em um ambiente onde me detestam!
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Refúgio no amor (Vol. 2) A descoberta
RomanceChristian ver Alice escapar por entre os seus dedos e isso torna a sua vida em um perfeito caos. Ele precisa lidar com tudo o que sente e descobrir sobre o que tanto o aterroriza, seus próprios sentimentos. Descrente do amor e na busca incessante po...