Capítulo 36 🦋

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Ele saiu me deixando sem respostas, como em muitos momentos, entretanto daquela vez, mais que em qualquer outra, eu vi dor em seu olhar e o meu coração não ficou imune a isso

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Ele saiu me deixando sem respostas, como em muitos momentos, entretanto daquela vez, mais que em qualquer outra, eu vi dor em seu olhar e o meu coração não ficou imune a isso. Eu poderia pegar um táxi e ir para casa, uma vez que Christian havia resolvido me deixar falando sozinha, mas não fiz, percebi em seus olhos o quanto as minhas palavras chacoalharam suas emoções e me sentia culpada, decidi ficar ali até que ele voltasse e talvez depois de uma conversa, pudéssemos ao menos deixar as mágoas um pouco de lado.

Como prometeu, Christian mandou que servissem um jantar para mim e junto, analgésicos, mas se quer tive coragem para tocar na comida, que parecia mesmo deliciosa.

Tomei os remédios e me deitei, mas o vestido me incomodava, não estava acostumada a dormir com algo me apertando, então fui até o banheiro e peguei um dos roupões que estavam limpinhos e me troquei. Voltei para a cama e me aconcheguei, ela era maior ainda comigo encolhida ali e sozinha.

Passaram-se horas e nenhum sinal dele, liguei a TV, tentei achar alguma coisa que me atraísse, mas a turbulência mental não me permitia concentrar-me em nada. Só conseguia pensar por onde ele estaria aquela hora ou se realmente voltaria em algum momento.

Quando o extremo cansaço chegou, o sono acabou me abraçando e depois de uma leve cochilada, ouvi a porta ser aberta e levantei de sobressalto, sentando na cama com o coração disparado, vi que era ele e de certo modo, me deu alívio.

Christian não disse uma palavra, me olhou rapidamente e foi para o banheiro, demorando muito por la. Quando saiu, vestia um roupão, assim como eu e secava os cabelos com uma toalha branca.

- Onde estava?

Perguntei quando percebi que era mesmo ignorada. Mas ele não se deu ao trabalho de responder, apenas foi até o frigobar e pegou uma água com gás, só que ali, ele me encarava em silêncio enquanto virava a garrafa

- Christian, é impressão minha ou está me ignorando?

Deu mais outro gole antes de me responder

- Não estou

Deu de ombros

- Há, não? E por que saiu daquele jeito sem ao menos dizer para onde ia? Por que voltou e não me deu nem oi, sendo que estava preocupada com você? Por que estou falando e não me responde?

Eu já estava brava e o pior era não conseguir disfarçar

- Isso é importante? Nunca precisei justificar as minhas saídas para ninguém, Alice!

Falou secamente, Christian estava fazendo pirraça, era óbvio

- Ok, tudo bem então! Só me preocupei se estava bem, já que resolveu sair igual um adolescente rebelde sem se quer dar tchau! Mas se o fato de eu me preocupar com você te incomodou, desculpa, não vai se repetir! Idiota!

Com raiva, voltei a me jogar na cama e me cobri. Por mais que eu quisesse ir lá falar sobre o que lhe afligia, naquele momento não dava, Christian estava em seu modo automático e rabujento. Após um tempo de um completo silêncio, onde procurei permanecer de olhos fechados, ouvi ele abrir as tampas dos pratos.

Refúgio no amor (Vol. 2) A descoberta Onde histórias criam vida. Descubra agora